sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Cão das Lágrimas

"não há diferença na dor"
José Saramago

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Diferenças!

Diferenças/ângulos, pontos de vista/opiniões, censuras/julgamentos, que interessa? O que conta realmente é o que sinto por ti aqui e agora, ontem/hoje, amanha/sempre… Opiniões há sempre, contrárias, à boleia, para armar, para fingir… Estes novos mundos virtuais ou não transportam as pessoas para um mundo de fantasia fácil e muitas vezes oportunista. Constroem-se páginas cheias de cor, de espectáculo, e tantas vezes tudo espremido dá em quase nada, para não dizer nada. Parece assim, sabes? Que o mundo da malta se transformou todo em tipo malta, tudo fixe, mas será real? Onde está aquele ombro seguro, aquelas cartas que chegavam pelo correio, cobertas de palavras de verdade, confessadas pelo próprio punho com cunho de verdade. Começou pelas mensagens de telemóvel, frases arrojadas e fáceis, de quem quase deixou de ter cara, apenas teclas. De onde teclas???

Eu já embalei tantas vezes nesse facilitismo que quando te olho nos olhos até me sinto mesquinha.
Que saudades dos tempos onde tudo era mais longe e mais verdadeiro. Quero parar e falar para ti. Assim olhos nos olhos. Contar-te a minha história, docemente ao por do sol, na praia de sempre onde sonhei ter a força do mar, a cor laranja do sol ao deitar-se, cravada na alma e no coração, de passagem de testemunhos que sempre julguei merecer. Sei que às vezes preferes saltar as minhas partes mais tristes, sei que não gostas de me ver sofrer, mas crescer, vencer a dor, é isso mesmo, enterrar os fantasmas, ou lavando a alma lentamente, na esperança de ser apenas entendido.

Sei que não entendes os meus momentos mais tristes, o meu desespero, o meu constante ranger de dentes enquanto durmo, que te perturba, e que realmente pensas que nada me falta para ser feliz, mas eu não encontro o botão do off do passado. Não consigo virar assim a página de repente, porque já me deixaram vezes demais, já me magoei outras tantas.

Apenas o tempo, a paciência, e a força de verde-mar me poderá um dia fazer escrever de uma vez por todas o meu virar da página.
E o teu sorriso aberto!
Maria Sá Carneiro

quinta-feira, 10 de junho de 2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

“Bastidores”

Atordoada no meio de tantas decisões para tomar, penso em ti! Nos conselhos que me darias, nesse olhar calmo e sereno, que tantas vezes me ajudou.
Como a minha vida se tornou numa antecâmara, nuns bastidores, numa zona de passagem, onde entra e sai gente. Gente que procura ajuda, amor, desabafar etc. e tal.
Tantas vezes pensei em pensar primeiro em mim, mas é como deixar de fumar… Essa decisão heróica que tomamos a cada inicio do ano, para o ano. Aquele famoso catálogo taxativo, que com glória projectamos fazer no ano que há-de entrar, como se fossemos imortais!
A vida vai correndo indiferente a tudo que ainda não conseguimos fazer, sem nos darmos conta que passou tempo demais. E passou esse tempo em que devíamos ter virado naquele cruzamento em que iríamos cuidar melhor de nós. Melhoramos a embalagem, está mais fina, mais cuidado, enfim mais leve, mesmo mais prêt-a-porter!
Faltou todo o resto, e é nesse resto, nessa ilha de solidão que deambulamos, sem conseguir sarar a ferida ou sequer estancar o sangue. Acabamos por ir cedendo aqui e acolá em prol de um, de uma ou de todos.
Dirás que conversa tonta eu tenho, que tanta gente está pior do que eu? E não haverá tanta gente que já se pôs melhor por mim? E esses/essas não contam?
Há dias que se arrastam, dias compridos de nós, onde ficamos assim como que presos e estacionados sem força para avançar, com a esperança humilhada de termos esperado compreensão de outrem.
Sim claro, dias melhores, dias piores, todos temos! Mas há alturas em que me fazes falta demais, em que só surgem fogos, sim alguns mal alimentados por mim… E depois? Foi o que fui capaz de alcançar!
Sabes é esse julgamento fácil que me desanima de mim, quando esperam tudo de ti, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Bastidores de nós mesmo, palcos errados mas the show must go on!
Maria Sá Carneiro

sábado, 5 de junho de 2010