quinta-feira, 17 de março de 2011

sombras

És como uma lapa agarrada a mim. Sim tu sombra escura!

Oiço-te a ti de bem chamar-me à vida. A tua doçura de voz, através desse olhar de transmissão de vida, tento escutar-te mas o vazio entrepõe-se entre nós. Já me transcende essa força preta e dura à qual, bem sabes, já me entreguei.
Sorri com os teus planos encorajadores, a tua conversa floreada que merecemos esse sonho de vida.
Sim seguramente mereces viver, ou melhor começar a viver para ti. Depois de tantos anos de dedicação a tanta gente, que muita afinal era assim pequena.

Queria acreditar ser merecedora desse amor que falas, dessa esperança de outro estilo de vida. Gostava de ter força para acreditar nesse projecto que me ofereces tão generosamente, mas também sei que não o mereço.
Dirás dias…Um de cada vez.
Digo-te chega, não posso mais!
Neste amor fraterno e sério nos vamos assim debatendo armas de réstias de forças contidas e por expressar. Sei que comigo te tocam as palavras…
Sei que de algum jeito, comigo te atreveste mais a mostrar uma ponta de sentimento, contido e fechado a sete chaves.

Assim que tentas manter-me na crista da onda, quando no fundo já sentiste que esse mergulho fechado é a única coisa que tenho como certa. Mas levo comigo esse abraço fechado que me dás desde sempre!

Maria

terça-feira, 15 de março de 2011

"Fronteiras"

Pedes-me palavras que esperas como um sopro encantando, carregado de melodia, embrulhado nesse balanço entre o luar e verde-mar.
Os teus olhos brilhantes pedem-me calma, tranquilidade. Sentada neste morro, mirando o horizonte sem fim, procuro e sonho com o teu regresso. Montando num cavalo branco e esguio, com esse teu ar de lutador/durão. Ambos sabemos como me tornei assim trágico/frágil!
Esse merda de conversa de sempre de onde não alcanço sair!
Ao princípio enlouquecer era um mero receio, uma suspeita fundada naquilo em que me fui afogando com esse ar de travessura. Hoje olhando mesmo só de soslaio para trás concluo que no teu olhar já tinhas esse medo.
Queria cantar-te essa melodia que tanto te iria descansar!
Perdoa a minha fraqueza, a minha falta de coragem para apenas de erguer deste morro e saber prosseguir.


Ao lado aprecio as minhas vizinhas/amigas que hesitam em prosseguir. Essas seguramente o seu obstáculo não é a loucura, é sim esse inimigo social/estúpido do “se”.
Dúvidas de quem se enamorou por alguém que partiu, e provavelmente nunca as mereceu. Hesitações em viver esse dia que está na frente delas, sorridente e soalheiro.
Dou tantas vezes por mim a pensar como nós enrolamos em dúvidas que apenas existem dentro de nós, como habilidosamente criamos obstáculos por esse medo, esse arrepio que nos percorre a espinha, cada vez que vislumbramos essa oporunidade de ser de alguém outra vez.
Tanta hora enrolada no que teria valido a pena, quando apenas se calhar bastaria ousar experimentar corresponder a esse olhar meio provocante do cavalheiro da mesa da frente.
Mas o mundo está repleto desses ditos cujos cavalheiros que nem montada segura têm para nos oferecer.
Pois o mal é que procuramos esse amor incondicional doirado que nos fizeram crer em miúdos, quando o mundo está a abarrotar de “Velhos” que partem nessa solidão profunda, nessa fronteira de amor incondicional a abandono fatal.


Sim divago entre este e aquele, flutuando nessa nuvem que me há-de transportar, e olha desculpa seguir desiludindo-te!

Maria