sexta-feira, 26 de março de 2010

Pequenas Verdades


(o meu Porto iluminado, lindoooooooo!!!)

Incoerências mescladas!

Sonhei de ti que já não estavas em mim, lá fora chovia a potes, a cadela irrequieta não me ajudava a voltar a dormir… Voltei a sentir esse medo de criança, onde via sombras, mescladas de dor, essa surdina de discussão constante do quarto do lado, esse bater de porta da casa de banho pura e simplesmente arrepiante!

Essa menina irritante que teima em não crescer, que se apodera de toda a minha lógica, invade o meu quarto sem permissão e faz-me sofrer! Transporta-me para a realidade que tudo que começa mal acaba mal.

Oiço essa voz que reconheço mas que de dor me recuso a pronunciar o seu nome, que faz questão de me contar aquilo que gente grande nunca teve coragem de contar.

Então é assim….

Era uma vez uma menina de mãe doente, que ficou grávida e não a queria… A única esperança do pai é que fosse um menino, o seu desejo comum, essa masculinidade tonta de gerar continuidade à macho men!

Não saíste menino, e a tua mãe não te queria, assim te recusou colo e peito, mas se julgas que o pior foi isso, enganaste, o teu azar foi ser bonita, calada e esperta.

Tonta cala-te! Não sabes o que dizes, vai-te daqui…

Que loucura de pesadelos tão cheios de verdade... dizem que sou triste, que os meus textos são pretos, discordo tanto, são coloridos raiados pela loucura, uns dias saudáveis, uns dias enegrecidos!

A chuva não pára, o vento sopra enraivecido pela desgraça, não sei se a desgraça está em mim, ou se será da zona… Provavelmente será da zona platine!

Aqui e acolá vou me sentindo deslocada não dos outros, mas sim de mim mesma. O outro queria ir de burro, eu quero ir de soja…

Maria

quinta-feira, 25 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Miragem


Andando assim pela rua, quase julguei ver-te!

De costas o cabelo quase que me tocou!

O sol fazia-o brilhar, lindo como o teu!

O meu coração começou a bater mais rápido.

Como sonho em te reencontrar.

Vou seguindo assim pela vida,

Mas como tenho saudades tuas.

Tenho quase a certeza que eras tu.

Alto e sempre com esse ar misterioso,

Parecias mesmo tu meu amor.

Olhando e observando o movimento,

Buscando palavras certas para mim.

Já não te espero com a mesma dor,

Mas a verdade é que continuo a sonhar de ti.

Não desespero por ti a toda a hora,

Mas sigo como ainda fosse tua e para ti.

Esse será sempre o meu jeito!

De te ter em mim para sempre.

M

"Demais"


Essa palavra que aprendi embalada nos teus braços. Esse teu/nosso “demais" sussurrado no meu ouvido, fez-me sentir um arrepio pela espinha, uma sensação de que nada de mal mais me poderia voltar a suceder. Um colo quente e seguro, um porto de abrigo! Esse é o jeito que escolhestes amar-me. Esse é o jeito que te entregas assim devagar e apressado, com um brilho no olhar, uma ânsia de me demonstrar que esse teu “demais” é mesmo só nosso. Noites fora não te cansas de me olhar, apenas nós, no meio dos nossos símbolos, que jamais acreditaríamos um dia construir. Essa sensação de adormecer nos teus braços, depois de me teres amado, uma vez mais, e mais uma vez, esse abraço de corpos quentes e unidos, como se só de um corpo se tratasse, faz-me dormir um sono tranquilo, como o mundo lá fora tivesse parado, assim suspenso só para nós. Nada mais importa nesses momentos, que pensem o que quiserem, que achem o que acharem, afinal que se importam todos eles com as minhas dores? Quem me tomou no colo foste apenas tu! Sem criticas, sem exigências, apenas com o apelo meigo que eu tente cuidar de mim, e que sinta esse teu “demais”. Anseio cada vez mais chegar a nós, vou assim cantarolando aqui e acolá, tentando não me voltar a viciar nesse círculo infernal de dependência que permiti que criassem de mim, apenas para me sentir precisa. Espalhei dependência e como é óbvio não colhi amor, apenas exigências, apenas censuras das supostas faltas que nem mesmo a minha atenção aguçada, chegava para os saciar. Contigo reaprendi o sossego do amor, o prazer de um simples banho, onde me roubas sempre um beijo quente no meio das bolhas de sabão. Essa magia da simplicidade da vida que quero e preciso que permaneça sempre entre nós.

Até já!

M

http://www.youtube.com/watch?v=DdjJ5P8D1Rs

Christina Aguilera - "Beautiful" (Live)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Prato de doce!

Preparei-te um jantar especial…De amor e desejo. As horas não passavam, inquieto e sorridente, abri-te a porta, mal ouvi o elevador! Como és bonita, Mulher!

Tenho tantas saudades do nosso tempo de namoro, onde viajávamos nesse projecto que construímos nessas manhas quentes passadas na cama que haveríamos de ter nossa. Como éramos unidos e cúmplices, nesse abraço fechado. Sonhávamos em não mais nos largar, nos filhos que haveríamos de ter, nos seus nomes, nas noites que haveríamos de escapar, para termos sempre o melhor de nós, do nosso amor. Juras de nunca nos perdermos de nós.

Casamos numa onda de esperança e carinho, embalados nessa paixão e desejo de uma vida em comum. Foi um dia lindo, um começo tranquilo e feliz de uma escolha consciente e de um projecto.

Como fomos felizes nesses primeiros tempos!

Nasceu o nosso menino, tão bonito, parecido contigo, só podia! Linda como és!

Abateu-se em nós um desgosto, que nos tem vindo a massacrar, torturar mesmo! O nosso Menino é doente, dizem eles com aquele ar tranquilo, tem um atraso!

Juntamos as nossas forças e há quase três anos lutamos para encurtar esse fosso, a que chamam atraso! Tantas consultas, veredictos, mas nunca desistimos. Ele já anda, já vai cantarolando umas palavras aqui e acolá, e acima de tudo corre para os nossos braços, num abraço que vale tudo!

Mas tu foste assim, devagar, devagarinho fugindo desse nosso amor, dos nossos momentos de entrega, onde mergulhávamos em nós. Como tenho desejo e saudades tuas.

Dói-me demais essa tua distância, essa recusa que sinto cada vez que me chego a ti, que te quero ter e tocar! Sacodes-me assim como se eu fosse um trapo, que passou de moda! Comecei por sentir uma dor, uma tristeza, que se foram acumulando em mim, tentei dar-te flores, lembrar-te de mim, falar contigo de nós, pedi-te, fui seguindo assim meses a fio, mendigando o teu amor, explicando-te irracionalmente a minha necessidade de te ter.

Parte de mim morreu naquela noite. Esperava-te com um prato de doce, o teu preferido! Feito com tanto amor!

A tua torta de sempre! Leite condensado com uma pitada de mel!

A nossa música tocava como hino e apelo ao melhor de nós!

Chegaste cansada já de mim, como sempre nos últimos tempos!

E em mim, no meu desespero, na tua recusa sem mais do meu prato de doce, nasceu esse monstro descontrolado, que matou o melhor de nós nesse estalo, que sem saber como voou de mim, e nos abateu!

Perdão para o resto da tua vida…

E nunca mais magoes assim quem amas!

Eu….Jamais me perdoarei!

No cobarde que me tornei!

M

quinta-feira, 18 de março de 2010

Palavras/Silêncio

Palavras

Procuro palavras, ditas/escritas recheadas de melodia colorida, que te sejam elucidativas do apego que tenho em ti! Durmo inquieta no desejo de chegar a nós! Pareço assim como um barco à deriva numa noite de nevoeiro! Apenas ansiando essa tua chegada. Só assim me sinto preenchida e sossegada. Inquietação de não encontrar palavras assertivas, que te continuem a entrelaçar e a encantar nessa dança de palavras que jogamos/construímos nesse caminho que tantas vezes tocamos o céu! Procuro inspiração no fundo da minha alma que apenas fica colorida com esse teu sorriso mel, que me prendeu desde o primeiro. Queria tocar-te todos os dias com uma surpresa que te encantasse para sempre em nós! Palavras que ouvirias noites a fio de mim, no calor do verão de mão entrelaçada, ou no pico do inverno nesse teu regaço quente!

Quero tu!

Silêncio

Jantar de suposta família, que supostamente deveria comunicar…nessa refeição gelada de comida pré confeccionada…único momento do dia de reunião de desencontros! Nesse gelo de ninguém, desesperante, de fraco encontro humano, crescem assim ao som da televisão, almas que se vão desintegrando… Algumas não se chegam sequer a formar, para sorrir/brilhar/amar. Gente que cresce apenas na rivalidade da chantagem dos dias de hoje, e no não amanha feliz… Mas basta uma estrela de quando em vez na nossa vida, para que fique gravado no fundo da nossa alma, essa luz brilhante do oposto que temos à nossa volta. Ficando assim armazenado no nosso banco de dados, coração/alma, o brilho de um verdadeiro ser humano, que te deu amor verdadeiro de bom, sem exigência de retorno obrigatório, nem chantagem emocional, para que um dia perante um amor verdadeiro, renasças e voes…

As tuas palavras no nosso silêncio

Tagarelo de tudo e de nada…Vale-me a tua paciência infinita de me ouvir. Não! Fazes muito mais, escutas-me. Assim com os olhos brilhantes, como que adivinhasses essa carência que me pesa de passado dorido e vazio. Conto-te de mim, do meu dia, até me prender no teu olhar doce e sedutor. Dou-me conta como conversas comigo sem sequer abrir a boca. O tempo pára nesse instante onde sinto o teu desejo de nós. Encostada no teu ombro forte, rendo-me assim a nós. Calo as minhas histórias de pessoa insegura, silencio essa dança de palavras de factos irrelevantes, para entrar em ti, nesse regaço que me eleva dessa vida miudinha, que tantas vezes nos faz balançar ao som de nada.

Embalas-me docemente nesse mundo só nosso, onde me perco em ti!

Maria

http://www.youtube.com/watch?v=VaEhRlpMrnE

Sheryl Crow - "Am I Getting Through?"

terça-feira, 16 de março de 2010

Sonhos!

Acordei com mil imagens em mim. Cansada dessa luta nocturna, no desamparo do sono, em que aí posso ser mesmo eu! Carente…

Por vezes sei, sinto, que sonho como se ainda me carregasses no teu colo, quase me tocas com a tua mão meiga entrelaçada na minha. Mão forte, como eras determinado e forte! Precisava tanto de te ver pelo menos mais uma vez, conversar contigo, mostrar-te o meu amor incondicional. Teimo em sonhar que afinal não partiste, sorrio com o teu regresso, assim do nada, para tudo!

Imagino-te entrar a porta da casa que não conheces mas que está recheada de ti de cima abaixo! Estás presente em quase tudo, e no que não estás é porque não carece que estejas, ou porque o desaprovarias.

Como uma brisa fresca, escuto um ranger de porta e sinto-te a entrar com esse sorriso maroto, e olhos brilhantes!

Olá meu Amor dirias…

Essa ausência de ti, dos teus cabelos brancos emprenhados de sabedoria e de certezas, de todos meus disparates, esse espelho só meu e para mim, onde tanto tentaste que me visse….Esse teu apelo doce para que me sentasse e te ouvisse!

Essa partida abrupta amachucou-me demais, parece que perdi o fio à meada, se é que alguma vez o tive. Vês como a nossa relação é para a vida Pai? Aqui continuo, já sentada, a falar contigo, diante de um teclado, mas sempre contigo a meu lado!

Maria

segunda-feira, 15 de março de 2010

Metade do resto!


Vislumbrei-te no meio de muitos, faz hoje uma semana, certa! Estava eu num semáforo. Como o teu semblante me ficou gravado na memória.

Mulher que carga carregas tu! Tanta amargura e tanta desilusão. Ver-te assim abandonada de ti, farta da tua vida, transportou-me para tantas fases da minha vida, e tantas vidas com as quais me vou cruzando! Assim seguias rua fora, dor na alma, saco plástico na mão direita, bolsa já gasta na mão esquerda. Arrastavas esses quilos extra que eu arrastei durante tantos anos. Que dor levavas no peito! Tanta desilusão, e tanta carência de amor e carinho. Tive o impulso de parar e ir ter contigo…

Ainda hoje me pergunto porque não o fiz. Falta de coragem minha, falta de força. Arrependo-me.

Tantas vezes necessitamos de um espelho na frente, que nos faça parar dessa correria do nada para o abismo. Alguém que nos dê a mão e nos faça pensar, chorar, ou que simplesmente nos diga que gosta de nós. Provavelmente terás um emplastro que nada faz lá em casa, e que apenas te aguarda para massacrar, já bêbado! Gordo, suado, maçador e que te maltrata! Ou então nada disso, apenas te ignora, porque tem algures um emplastro ainda maior do que ele! Na minha imaginação deves ter dois filhos, altos e magros, que julgam ter direito a tudo!

Queria ter-te dito que não foste linda só no passado! Que novos já fomos todos. Magros e sonhadores! Mas que poucos têm ainda nessa meia-idade essa capacidade de sofrer calados, e continuar a “servir” assim todos aqueles que impunemente continuam a abusar do teu generoso coração. Tantas mulheres que se abandonam para se dedicar a “esses” que a deveriam amar e cuidar, do mesmo jeito incondicional. As pessoas mesmo as mais próximas habituam-se com muita facilidade a receber sem nada dar em troca. Tornaste-te assim num pronto-socorro pronto a ser usado e abusado. Devia ter parado, mais que não fosse para te dar a mão…

Maria

sexta-feira, 12 de março de 2010

Até já!

Queria ter boas notícias para ti, queria dar-te essa alegria de que venci a vida, que o passado não me engoliu, não comeu a minha alegria, a minha esperança desculpa grande Amigo, mas isto não correu bem, Sabes crescer à tua sombra, é demais para qualquer menina, mesmo de olhos verdes…

Comecei como bem sabes da pior maneira, libertei-me dessa escolha contra ti, mas ficou a menina baralhada e embaralhada de modelos demasiado fantasiosos por um lado e por outro demasiado rígidos!

Ainda bem que a tua inteligência me deixou a certeza de boa filha e de boa mãe, sem isso, reconheço que já estávamos os dois à sombra na conversa sem tempo, e de tempo adiado desde quase sempre, sim Amigo já jogo melhor o teu jogo pesado das palavras, só que menos elaborado do que o teu! Achas que eu conseguia chegar ao teu nível? Jamais!

Sei que está na altura de te deixar partir de mim, mas como não sou capaz de ultrapassar esse momento vivido antes do tempo justo! Não há raciocínio que me valha, força que faça aceitar a tua partida! Eras como que invencível! Como sinto a tua falta em mim e na minha vida!

Eras um porto seguro, que eu podia sempre atracar, apesar da tua exigência em demasia para o meu amor por ti! Como foi possível tanta dor e tanta doença…

Tantas vezes acordo de noite a julgar ouvir-te tossir, como essa tosse me inquieta e perturba, queria tanto ter-te ajudado! Prontos! Vês???

Não consigo reter as lágrimas malditas …Essas que me proibiste de verter aquando a tua partida!

Vá não me censures…Sou assim mesmo…

Não quero ser melhor do que fostes e és para mim, acho que nunca chegaste a entender, só queria a tua atenção, e a certeza que gostavas de mim, naquilo que fui e não naquilo que tão elaboradamente querias que eu fosse.

Fui…Sim! Agora nem sei bem o que sou, nessa amálgama do que sobrou, desses anos sofridos entre desafios maiores do que eu, e desgostos de tantas partidas. Sendo que de facto a tua foi demais para mim, vergo-me perante mim, reconheço que não consigo virar essa esquina…Vou tentando…Mas se eu fizesse tudo direito, onde guardavas as tuas criticas?

Sorri, sempre amei esse sorriso malandro…

Entre muitos encontros e desencontros, sei que continuo a fazer-te sorrir mesmo que não seja pelo melhor.

Até já!

Maria

quinta-feira, 11 de março de 2010

Dias...

Há dias absolutamente insuportáveis de “estar vivo”! Nesses dias não há sol, não há luz que nos demova do nosso caos! Tudo é preto de cinzento, pesado e dorido! Apetece tanto ter embrulhado na mão uma varinha que nos devolva a magia de poder ousar fazer um birra de criança, de família inteira, que nos devolva um ralhete como uma chamada de atenção à realidade do amor que nos dispensa dia após dia!

Hoje é um não dia!

Um dia que não devia estar nesse calendário que rodopia numa sequência infernal de processos infindáveis desse caminho, ou atalho que percorremos com essa meta morte no horizonte. Meta essa única certeza que verdadeiramente nos espera, já dizia o grande Poeta que "queria ir de burro".

É tão verdade, como é irrefutável que sem a brisa de alguém no ouvido, sem a melodia doce, ou o brilho do sol, o tempo apenas nos desperta um maior desespero perante essa impotência de vislumbrar uma esperança de voltar a ter. Ter! Sentir! Dar a mão! Um abraço!

Mas recordo e guardo-te sonho de verde-mar. Nem sequer me interessa que as minhas palavras não contem para nada, criem mais distancia, ou provoquem ironia, pareçam desajustadas, pirosas, morram em saco roto…. Sejam o mesmo de sempre, porque este é o meu jeito de ser!

Cada um gosta daquilo com que se identifica, bom é aquilo que dá cor à nossa esperança, ou consegue transformar em palavras aquilo que tanto queríamos expelir de nós, sacudir como um pontapé na vida para que finalmente vá em frente, e saia desse circulo merdoso de nada para nada.

Almas arrastadas por desamores, ou verdadeiras capacidades de manter um ritmo, um passada certa e certeira, que nos façam planar em cima do mar, sem nos desviar desse por do sol, que nos faz chegar dia após dia aquele regaço doce, que sempre sonhamos alcançar…

Desgosto ferido levo comigo para todo o lado, de o regaço esperado me ter falhado, nos primeiros anos de vida, embebedei-me nessa ideia que a falta de leite materno teria sido minha culpa, não da vida, da doença e da desunião!

Por isso sigo esse caminho”sem culpa nem desculpa”, para que as minhas culpas de sempre não me empurrem para esse abismo de sempre!

Dias…

Maria

terça-feira, 9 de março de 2010

Sem nexo!

Quente e frio!

Procuro em mim a razão deste arrefecimento espero que de pouca dura, pois nem o brilho do sol me aquece a alma!Apetece-me gritar por ti, chamar-te a mim, mas sinto-me como que perdida, no meu próprio desentendimento. Já comecei a escrever vinte vezes, mas o melhor de nós nunca está por perto, quando mais necessitamos de inspiração! E precisamente hoje que precisava que as palavras deslizam-se de dentro de mim, te tocassem como uma festa doce! Precisava de te atingir com o brilho do sol, e acima de tudo entender onde me desviei desse caminho verde-mar!

Pedaços

Grito de alerta há muito preso na minha garganta! Ficará sempre comigo esse dia que tinha aí uns doze anos, e resolvi partir dessa vida onde me ia perdendo a cada dia que passava. Mesmo à miúda carente, sem rumo, com o seu super Ídolo distante, agarrei nuns poucos comprimidos para dormir, tomei aquilo que me pareceu uma enorme fatalidade, e sentei-me na minha papeleira de sempre, onde ainda guardo os meus tesouros de outrora, a escrever o que seria uma carta emocionada de despedida aos familiares que por lá coabitavam… Acordei seriam umas quase seis da tarde, com uma dor de cabeça terrível, e tudo continuava no mesmo sítio frio de todos os dias….

Crescer

Há muito que aquela criança se sentia perdida e só…Não conseguia olhar-se ao espelho com olhos de ver…Cada vez que se mirava só via defeitos, ausências e desamor! Alguns idiotas diziam-lhe que bastava tirar os pelos para se tornar naquela princesa dos sonhos da televisão! Zangada consigo e com o mundo, sonhava em cortar-se, ferir-se tão fundo que alguém viria dar-lhe esse tão desejado colo! Todo o mimo que lhe davam ainda a enfurecia mais, zangava-se cada vez mais com o colo de sempre, incapaz de perceber que a responsabilidade não era do colo de sempre… Mas do outro!

Choro

Choro por dentro de ti… Entendo que sou sempre mais do mesmo, a mistura explosiva de um bébe num corpo de alguém que sabe demais do amor! De tão embrulhada nessa defesa do desamor crónico, com tanto medo de falhar, que sem querer e sem se dar conta se perde à volta dos seus próprios medos! Podia dizer que o teu feitio é de difícil entendimento, mas pesam-me demasiados falhanços para que me engane com inverdades de nós! O dia está pesado demais sem que o telemóvel se encha dos teus toques e retoques que me dão alento para esta rotina tão pouco uniforme que transformei a minha vida!Anseio chegar de novo ao entendimento de nós, agarrar essa onda verde-mar e mergulhar nessa viagem, que me faz sentir viva! E amada!


Maria

sexta-feira, 5 de março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Espero-te

Escrevo-te para tentar colmatar esse tempo que ainda falta para chegar a nós! Já me gozam com este pseudo diário de nós…Eu até consigo compreende-los…Deve ser maçador ler sempre mais do mesmo… Será que sou eu que insisto em escrever-te ou eles em lerem-me. Jogo apenas com as palavras para não de dizer já assim de chofre eu amo-te! Ou por ser tímida demais para agradecer a quem lê de nós! Porque é bom tê-los assim perto de nós…Acaba por encurtar a distância fantasiosa que é o nosso mundo fechado de nós! Assim com esse jeito embalador dos comentários “deles”, o nosso mundo fica mais colorido e real do nosso verde-mar!
Amava ver a tua cara quando ligas esse teu minúsculo computador colorido de paz e vês o k escrevi para ti de nós. Tento tantas vezes vislumbrar o teu sorriso aberto, enquanto me perco aqui com as palavras que busco que melhor simbolizem esse sorriso que sinto como meu e para mim, assim tento tocar-te sem te mexer, sussurrar-te ao ouvido aquilo que sinto. Pintar com palavras aquilo que a minha mão não sabe pintar para ti, aquilo que a minha voz insiste em não saber cantar ou até declamar para ti!
Sei que me sinto impelida por uma paixão devastadora, mas que coabita com um amor sereno repleto de ternura, cumplicidade e desejo de partilhar o meu mundo em nós! Queria alcançar dar-te a mão e fazer-te viajar pelo melhor e pior da minha vida. Embarcar contigo numa viagem ao nosso passado, mostrar-te os meus amores de infância, queria que visses o melhor de mim, essa criança que tantas vezes embalas, quando ela é assaltada com esses pesadelos que por vezes nos visitam nas nossas noites quentes.
Amava que visses como já fui pura e doce, sem essa amargura que a vida nos tingem por vezes de cinzento… Precisava que essa minha pureza te tocasse na certeza absoluta como quase garante que me suportarás sempre que esse cinzento entre em mim sem pedir licença. São esses medos que por vezes me assaltam, como que um frio que me percorre a espinha, só de imaginar um dia não te ter. Sim sei que estou a ser infantil…Mas também sei que mo permites, porque é nessa construção de nós que assim com tanta meiguice me vou libertando dessas manchas que se me colaram nos dias sem sol, nos dias em que não consigo alcançar o mar, nesses dias mais parados e distantes de ti, me fazem vacilar nessa difícil corda que é manter o pacifico equilibro que nunca me tocou muito de perto.
Mas também sabes que por vezes me fazes sentir tanto de nós que quase julgo roçar a genialidade, nesses dias em o brilho se instala em mim, em que me sinto em paz para te amar assim devagar, em que consigo contagiar-te nos meus eternos vícios de horas a fio a ler de nós e a viajar entre velas e boa música, nesses planos quase loucos de verde-mar.

Espero-te!
M

quarta-feira, 3 de março de 2010

Em jeito de….

Hoje nem sei bem porquê…Lembrei-me de alguém no passado de sempre, o que não quer dizer necessariamente para sempre… Esses amores que todos nós já vivemos incondicionais e destemperados. Loucos de juras de amor revestidos de palavras eternas…Esse amor que nos transporta para esse mar de emoções de tão misturados nos sentimos… Só Um! Amor esperado e desesperado em noite de insónia quente e húmida, onde o tempo nos faz sentir esse soluço profundo que só a alma consegue soltar…Se vale a pena ou não esperar por esse amor, se carece esse uivo de desespero, como se de cão vadio perdido na beira dessa estrada de algumas vidas, de poeira e terra….Na falta de melhor muitos de nós assim vamos erroneamente vagueando por esses atalhos de quem por vezes não parece merecer-nos…Mas acima de tudo, o que seguramente vale a pena, é arriscar e viver, em vez de nos arrastarmos como gatos acossados com medo da luz do sol, das pedras na areia e da imensidão do verde-mar!

Assim por vezes vejo-me projectada nesse passado arrastado, que me impele para a força da vida, e me transporta na esperança dum amor mesmo incondicional, dois corpos, uma alma e um coração entrelaçados, mergulhados num desejo único, que é simplesmente viver avidamente como se do último dia se tratasse.

Of course, life must go on….

M

http://www.youtube.com/watch?v=z3m9A5vPV2A

The Fray - "Never Say Never"

terça-feira, 2 de março de 2010

De nós!



Percebi hoje Amor, que se “enfadam” a ler de nós!

Eu continuo presa nos nossos momentos de entrega e de paixão! Será que queriam sentir o mesmo que nós sentimos?

Não consigo mais dormir sem ti, começo agora a ter receio que te satures de tanta paixão, desta necessidade quase que incontrolável, desta sede e fome de ti! Encostada a ti, os meus problemas parecem apenas contratempos… Grãos de areia que hei-de conseguir consertar de um jeito ou de outro, apenas penso na hora de atracar nesse teu porto seguro, nessa casa que tão generosamente transformaste em casa nossa. Como tens capacidade de partilhar comigo as tuas coisas, e dar-lhes um significado de partilha de um mundo, que tão brilhantemente se transforma em pedaços de algodão branco e puro, pintalgado com pedaços de azul céu. Nesse azul permitiste-me misturar o meu verde-claro, de modo a construirmos o nosso verde-mar!

As minhas letras abarcam o que nos une, espalham a minha felicidade de te ter encontrado, sinto-me renascer para o melhor da vida, a ti vejo-te brilhar com esse sorriso aberto. Apesar de o cansaço desse corre-corre diário, tens sempre um abraço fechado recheado de segurança e amor. Nesses teus braços fortes quero voltar dia após dia, para me perder nesse mar/rio verde-mar!

Até já

M

Fotografia - Manuela Sá Carneiro
A música fica para a Luísa!
Travis - "Sing"
(still singing, of course...)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Conto-te de nós!

As horas passam… Apenas oiço o tic-tac insuportável do meu relógio! Não há maneira de conseguir adormecer sem ti. Ainda tenho o corpo emprenhado no teu cheiro doce e forte. Como preciso de ti! Já não concebo assim a vida sem te ter, queria encostar-me e ti, e adormecer, esse sono tranquilo repleto de paz.

Já não esperava este nosso encontro, já me tinha entregue a esta vida lenta, de sorriso fácil, e tristeza de mim para mim. Acho que mantinha uma réstia de esperança na minha alma/coração, aquela que todos temos como se tratasse do euro milhões da vida.
Assim tenho vivido na pseudo/palhaçada de ir sendo o bobo da festa, a tal que faz a festa e deita os foguetes, e por vezes ainda apanhava as canas! Rendida aos figurantes que atravessaram a minha vida, ou por mim ou por eles, ou ambos, assim já me tinha convertido à minha frustração e incapacidade de me manter nessa crista da onda, que afinal é o amor! “Dizem” que escrevo de mim para nós sempre mais do mesmo, não entendem que assim vou pensando de nós e crescendo na esperança de uma vida com mais brilho e mais cor.

Pensando de nós vou tentando alcançar e manter-nos nessa crista da onda, que não é fácil navegar, sei que sempre amaste como eu barcos/rio, barcos/mar. Partilhamos também esse doce sonho de embarcar nessa viagem de amor, onde navegaremos na criação de um ninho só nosso, onde mais ninguém conseguirá afectar.
A noite não desenvolve para dia, não alcanço a hora de a ti regressar para o nosso abraço fechado…Aqui e agora de olhos cerrados, vislumbro as tuas mãos bonitas e protectoras, como as queria afagar o meu cabelo comprido, que não ouso cortar para não te desiludir.

Assim vou suspirando noite dentro até chegar a ti.

Até já!

M
Reamonn - "Star"