segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pedra branca!


Prometi-te um texto….

Mas ando assim como com falta de inspiração ou de força…mas a tua amizade é rainhaJ

Pedra branca

Uns dias merecidos de descanso desse dia a dia, que tanto tem de rotineiro como por vezes de brutal. Aqui na praia de sempre descanso ao sol, com a minha gente de sempre e para sempre. Sorrio ao olhar-te menina de oiro e de luz. Atenta e alegre percorres praia fora, aos saltos maravilhada com todas as descobertas que vais conseguindo arrastar a família. Irrequieta com pilhas super duracell ninguém te consegue sequer fazer abrandar. Não sei porque hoje aqui e agora falo para ti, de mim.

Recordo esse teu sentimento deveras devastador, a excitação por viver, por descobrir, correr, entrar no mar, sentir essa força, que só podemos sentir no mar, ou nos braços de alguém. No fundo essa crença que todos nos vão amar como a nossa família, (a boa), para sempre e incondicionalmente.

Adormeces como que finalmente exausta de ti própria nessa sombra colorida do outrora “pão de açúcar”. Como pareces um anjo iluminado por essa sombra de arco-íris colorida. Levanto-me devagar e sento-me a sentir essa brisa fresca que vem do mar. Adorava entender porque esses eternos balanços, em época de férias.

Estranho esse momento de silêncio, como o mundo de repente tivesse parado, para mim. Ao longe avisto uma sombra de homem, de calção colorido. Como ainda te trago cá dentro!

Por muito que te tente fugir, a verdade é que te carrego cá dentro, uns dias ao lusco-fusco, outros como uma presença que me atormenta. Tão real essa imagem do homem na praia, que o meu coração dispara, assim tonto como sempre por ti.

Talvez essa partida mal explicada, esse adeus que era um até já!

O tempo foi correndo, organizando-se, coisas melhores, coisas piores, uma ruga aqui e acolá, mas ainda sei que sou uma presença que interessa a este ou aquele. Queria ser assim dessas, dispostas a tomar um eléctrico qualquer, sem sequer pensar no próximo apeadeiro. Mas não penses que é para não te trair, não! Não consigo é trair o meu eu, a minha maneira de amar. Sei que trocaste de camisa aqui e ali, sim sei que desta vez o embrulho onde te enfiaste parece ter um ar mais formal e definitivo. Como fosses pessoa de um só embrulho. Sei que desde nós navegas de porto em porto, bicada aqui, piscar acolá. Enfim, tudo o que planeamos para sempre acaba por ser o que trais a cada passo.

Essa tua respiração de criança transporta-me à infância onde fui feliz. De volta a esse guarda-sol dou graças por ter a minha família, por te ter a ti menina de oiro, que dormes sossegada e feliz. Agarrada a essa pedra branca que apanhamos à beira-mar, como ela fosse preciosa.

Sim e é!

Também eu já a tive na minha na minha mão:)

Maria Sá Carneiro

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nostalgia!

O tempo passa e repassa, arrasta-se e arrasta-me. Eu vou-me movendo assim como um robot, uma ancora já sem cabo, apenas presa no lodo de todos. Queria ser uma gota de água, esse desejo antigo, sobre o qual escrevi umas linhas, que tu generosamente guardaste toda a vida na tua pasta. Parece impossível suprir essa ausência de ti, nada me corre nem ocorre. Já nem sei se te quero matar em mim, ou matar-me de mim. Toda eu sou um mar de imensa solidão e dor. Nem tenho força para procurar uma solução milagrosa, uma réstia de esperança. Queria apenas e apenas ver-te mais uma vez, sentir esse tua força, que ainda hoje tantos anos depois me faz correr estas irritantes lágrimas sobre este teclado merdoso dos chineses. Cansada e massacrada de acreditar nessa ajuda que nunca chega e que nunca me treinaste em saber pedir. Queria voltar àquele bibe azul amoroso, ao teu colo apenas mais uma vez. Anos e anos passaram desde a tua partida, queria saber conformar-me, resignar-me, ao facto tão bem pronunciado em tantas línguas, That’s life!

Não alcanço esse estado em mim, não atino sair dessa rua sem saída, dessa nostalgia. Não posso negar essa recusa em mim emprenhada de não querer apreender a viver sem ti, sei que não voltas…Mas não consigo!

Ainda vivi uns anos de alguma esperança, assim como um estado eufórico de nada x nada, apenas na ridícula tentativa de negar a tua ausência. Assim cheguei até aqui e não até a ti.

Já nem me incomoda absolutamente nada que pensem que sou desequilibrada, tola ou mimada. Apenas sou mimada pelo desejo que sempre tive em te agradar, pelo que sonhei em ser, para merecer um sorriso teu.

Nessa vida corrida somos muitos e apenas mais um, esperar o quê e de quem, apenas que o tempo passe rápido.

Nostalgia de ti e da tua força sempre, nostalgia de sentir que mesmo no fim do mundo, tu estavas lá para mim. Apenas conto agora comigo e com as minhas dores de ti.

Comecei a acreditar que de facto sou doente de mim, por não conseguir alcançar que de ti nada ter posso ter.

Sim não sei o que digo, e nem sei o que pensar, talvez um dos erros foi ter acreditado que era inteligente, essa certeza que em mim entranhaste, na esperança que eu nela conseguisse navegar.

Who cares?


Maria