domingo, 27 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Frio"

Nem sei por onde começar. Talvez desabafar contigo. Olha toda a gente diz que tu morreste. Desculpa lá dizer-te isto assim a sangue frio. Até me arrepia. Pois dizes bem, devem estar loucos, ou será que sou a única pessoa que te vejo?

Não entendo o que se passa, insistem assim até com alguma brutalidade, que eu tenho que seguir enfrente. Já não entendo nada.

Nem consigo alcançar o que será seguir enfrente sem ti, eu deixo falar, reconheço que me dá arrepios pensar que um dia poderá ser verdade, que partas.

Ambos sabemos que nunca estarei preparada para essa partida, e que prefiro ir na tua viagem, do que ficar aqui, assim…só!

Era um dia lindo de verão. Um calor de sol aberto e sorridente. Vendeste-me um piquenique no rio. Que excitação! Só de pensar que ia estar só contigo, e tu comigo. Um dia inteiro junto àquilo que mais amamos. Essa imensidão de água verde, brilhante de sol. Senti-me tão importante.

Uma azáfama arranjar a comida que imaginei como melhor para ti. A tua bebida preferida!

Eu assim inocente nos meus treze anos, achei que era apenas um momento de partilha!

Tu sempre fino, lá para o meio da refeição, começaste essas conversas longas, sem fim à vista, onde apenas o próprio fim era convencer-me, que tudo aquilo que me tinhas ensinado até ali se tinha evaporado, tinha havido um ciclone de ideias, ou melhor ideais!

Apesar dessa adoração toda que tinha, engolindo esse encantamento da refeição mágica, não entrei nesse teu ciclone!

Está noite escura e fria. Acordo assim assustada, que raio de pesadelo!

Sei que não tenho que aceitar essa tua partida!

Enquanto a minha viagem não se marcar!


Maria

domingo, 6 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Apenas!

Não sei se escrevo apenas por já não puder mais, se escrevo para que te sintas mal, se me despeço, ou se me ultrapasso, neste desespero crescente, que me enreda/embrulha como uma bola de neve. Talvez esta normalidade sempre tranquila, que me rodeia, essas exclamações/interrogações quando apareço, essas conclusões precipitadas, de quem se aparenta interessar, mas que não altera uma vírgula ao seu comportamento. Deve ser defeito meu como quase sempre, essa tendência para o limite, ou revolta de ser pajem em território alheio. Pela minha incapacidade de ter criado terra fértil de amor, onde os espinhos seriam vencidos por todos. Não entendo como não pressentem/intuem a minha crescente loucura, o cansaço que já se me embrulhou, e que apenas matuto o dia da minha partida. Sim sei que me vais julgando de uma maneira ou de outra, mas não me acompanhaste desde cedo, admito que não me valides como louca.
Reconheço que amava usar essa energia de loucura noutras terras e noutras culturas, mas não soube libertar-me, nem soube não deixar embaralhar-me naquilo que esperavam de mim, naquilo que dava jeito que fosse. Agora aqui sentada nesse banco de madeira partido, com esses óculos desconchavados apenas medito e hesito na hora. Bato mal demais nessa gaiola doirada/furada, na qual já não me encontro.
Queria mesmo um rasgo de génio, ou um toque de amor, uma festa/abraço, ou uma ameaça velada, no fundo apenas um gesto. Um toque de cajado como se de um animal birrento/desorientado se tratasse.
A escolha não está em desistir do que não se pode, por já não haver retorno. Não se trate de contornar, pois já não já fuga possível. Apenas resta essa partida que aguardo que me inspire, num gesto brutal.
Queria estar aqui mesmo sem nada, a escrever-te letras de amor, esse amor que se nos rasga a roupa nessa urgência/demência de nos possuirmos até à exaustão dos corpos melados de amor/suor, mas estou frágil demais para embarcar nessa viagem de força.
Apenas sigo matutanto….
Refuto apenas essa loucura de me entregar à maré do esquecimento, de me arrendar de corpo e alma, de ir por aí pedinchando aquilo que tantas vezes já dei com todo o meu amor!
Apenas sigo meditanto…
Maria

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sem título nem nada!

Sonho agitado entre este e aquele problema que não encontro nenhuma solução exequível. Embaralhada nesta dor miudinha que me corrompe e desanima, tento buscar-te nesse nevoeiro azulado. Procuro-te sabendo que jamais te poderei encontrar de volta, pois infelizmente já te foste. Quase que te vislumbro naquele banco de jardim onde sempre te sonhei encontrar com esse sorriso aberto à minha espera, impaciente como é sempre, habitual em ti. Parece que ainda ontem nos vimos, esse abraço fechado é a única esperança que me mantém à tona. Como essas conversas sobre todos e nenhuns, me dão alento e me fazem sempre sorrir.

Parece que foi ontem que nos passeávamos de mão dada à beira mar, com a tua voz pausada e forte, me ias tentando dar vida, que me encaminhasse e retirasse desse pântano de mau ambiente, e desespero. Onde o que era verdade hoje, era mentira amanhã.

Nesse era não era, sempre me tentaste guiar para o caminho onde houvesse uma réstia de luz. Talvez o teu instinto te tenha feito entender que tanta coisa negra me faria mossa. Essa que poucos entendem e alguns troçam.

Chamam-lhe “hábitos”!

Tretas vou assim escrevendo à falta de imaginação para mais. Queria ter esse teu rasgo, e essa força para conseguir prosseguir sem esse negro, que se me colou como ventosa. Negro que não se me desprende.

A idade vai correndo, e essa troça já nem me afecta nem me entristece mais, é apenas assim.

Vou encontrando alento em quem mais precisa, e nessas recordações idas.

Por vezes interrogo-me se será doença, ou apenas saudades mescladas com esse cansaço extremo, de mim. Vou-me assim despedindo daquilo que não alcanço mais carregar!

Mas guardo no melhor de mim aquilo que contigo fui abraçando.

Nesse banco encantado sigo sentando-me em dias, ora de sol ora de bruma. Sonho ouvir ao fundo essas gargalhadas das brincadeiras de menina, onde saltitava à tua volta, sabendo que no teu bolso, me esperava um doce salpicado de cores, e dessa importância que apenas tu soubeste fazer-me sentir!

Guardo-te nesse sonho em me projectei em ti e para ti. Se me embaralhei apenas foi pela tua ausência.

Mas sei que um dia…Vou-te voltar a encontrar!


Mico

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Dias!

Escrevo-te como que…

Olhes para mim e me procures.

Perdida nessa passagem de vida,

Compreendo que não consigo vencer-me!

Saudades desse abraço fechado,

Desse sorriso aberto.

Vagueio nessas contradições,

Que só o amor torna possível.

Incoerente em mim sonho de ti,

Não sei por onde hei-de ir mais.

Revisto lugares nossos,

Busco por nós.

Sonho que um dia…

Um dia será nosso dia!


Maria