quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sem título nem nada!

Sonho agitado entre este e aquele problema que não encontro nenhuma solução exequível. Embaralhada nesta dor miudinha que me corrompe e desanima, tento buscar-te nesse nevoeiro azulado. Procuro-te sabendo que jamais te poderei encontrar de volta, pois infelizmente já te foste. Quase que te vislumbro naquele banco de jardim onde sempre te sonhei encontrar com esse sorriso aberto à minha espera, impaciente como é sempre, habitual em ti. Parece que ainda ontem nos vimos, esse abraço fechado é a única esperança que me mantém à tona. Como essas conversas sobre todos e nenhuns, me dão alento e me fazem sempre sorrir.

Parece que foi ontem que nos passeávamos de mão dada à beira mar, com a tua voz pausada e forte, me ias tentando dar vida, que me encaminhasse e retirasse desse pântano de mau ambiente, e desespero. Onde o que era verdade hoje, era mentira amanhã.

Nesse era não era, sempre me tentaste guiar para o caminho onde houvesse uma réstia de luz. Talvez o teu instinto te tenha feito entender que tanta coisa negra me faria mossa. Essa que poucos entendem e alguns troçam.

Chamam-lhe “hábitos”!

Tretas vou assim escrevendo à falta de imaginação para mais. Queria ter esse teu rasgo, e essa força para conseguir prosseguir sem esse negro, que se me colou como ventosa. Negro que não se me desprende.

A idade vai correndo, e essa troça já nem me afecta nem me entristece mais, é apenas assim.

Vou encontrando alento em quem mais precisa, e nessas recordações idas.

Por vezes interrogo-me se será doença, ou apenas saudades mescladas com esse cansaço extremo, de mim. Vou-me assim despedindo daquilo que não alcanço mais carregar!

Mas guardo no melhor de mim aquilo que contigo fui abraçando.

Nesse banco encantado sigo sentando-me em dias, ora de sol ora de bruma. Sonho ouvir ao fundo essas gargalhadas das brincadeiras de menina, onde saltitava à tua volta, sabendo que no teu bolso, me esperava um doce salpicado de cores, e dessa importância que apenas tu soubeste fazer-me sentir!

Guardo-te nesse sonho em me projectei em ti e para ti. Se me embaralhei apenas foi pela tua ausência.

Mas sei que um dia…Vou-te voltar a encontrar!


Mico

Sem comentários:

Enviar um comentário