terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

"Frio"

Nem sei por onde começar. Talvez desabafar contigo. Olha toda a gente diz que tu morreste. Desculpa lá dizer-te isto assim a sangue frio. Até me arrepia. Pois dizes bem, devem estar loucos, ou será que sou a única pessoa que te vejo?

Não entendo o que se passa, insistem assim até com alguma brutalidade, que eu tenho que seguir enfrente. Já não entendo nada.

Nem consigo alcançar o que será seguir enfrente sem ti, eu deixo falar, reconheço que me dá arrepios pensar que um dia poderá ser verdade, que partas.

Ambos sabemos que nunca estarei preparada para essa partida, e que prefiro ir na tua viagem, do que ficar aqui, assim…só!

Era um dia lindo de verão. Um calor de sol aberto e sorridente. Vendeste-me um piquenique no rio. Que excitação! Só de pensar que ia estar só contigo, e tu comigo. Um dia inteiro junto àquilo que mais amamos. Essa imensidão de água verde, brilhante de sol. Senti-me tão importante.

Uma azáfama arranjar a comida que imaginei como melhor para ti. A tua bebida preferida!

Eu assim inocente nos meus treze anos, achei que era apenas um momento de partilha!

Tu sempre fino, lá para o meio da refeição, começaste essas conversas longas, sem fim à vista, onde apenas o próprio fim era convencer-me, que tudo aquilo que me tinhas ensinado até ali se tinha evaporado, tinha havido um ciclone de ideias, ou melhor ideais!

Apesar dessa adoração toda que tinha, engolindo esse encantamento da refeição mágica, não entrei nesse teu ciclone!

Está noite escura e fria. Acordo assim assustada, que raio de pesadelo!

Sei que não tenho que aceitar essa tua partida!

Enquanto a minha viagem não se marcar!


Maria

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