quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal!





Fiquei com esta difícil tarefa de escrever umas linhas a desejar Bom Natal, a todos que nos têm acompanhado, lido, ouvido e escutado. Desde já a nossa gratidão e o melhor Natal possível.

É sempre uma época complicada, nunca estamos “todos”. Uns porque infelizmente já não estão connosco, e fazem-nos muita falta.

Sem nenhuma explicação plausível, de facto, há datas que são sempre mais dolorosas, de superar a falta dessas pessoas, que nos deixaram um vazio na alma e no coração.

É também uma época que nos últimos anos, e cada vez mais, é de um consumismo desmedido, uma corrida desenfreada aos centros comerciais, essas “catedrais” do consumo moderno!

O povo empurra-se, atropela-se, numa fúria inexplicável na tentativa de chegar à caixa, furar a fila, enfim…

Não posso deixar de pensar nas pessoas que vivem na rua, algumas porque assim o escolheram, facto que eu acho de uma grande coragem, virar as costas a essa sociedade egoísta, mesquinha e podre.

A falta de coragem é comum nos dias de hoje, de viver, em vez de sobreviver, muita gente opta por virar as costas a quem ama, alguns desaparecem misteriosamente, outros fecham-se que nem conchas, e alguns vão comprar tabaco e não voltam mais.

O facilitismo do cartão de crédito estendeu-se às relações humanas, às noites supostamente tórridas, rápidas, óptimas para gabar aos amigos. E pensam alguns indolores. Alguns seguem o seu caminho porque alegadamente não têm outras opções profissionais.

Um dia quem sabe,quando olharem para trás entenderão, que com essa sua cobardia apenas causaram sofrimento a quem merecia um abraço, e que esse percurso glorioso os levou a uma solidão imensa, embrulhada em conquistas descartáveis.

Às pessoas que vivem com coragem, tanto de amar como de sofrer, mas de viver, em vez de se arrastarem nesse facilitismo moderno, deixamos aqui um grande abraço, e o desejo de uma vida menos só, mas assim verdadeira.

Beijo grande

Maria e Luísa
Fotografia - Manuela Sá Carneiro
PS - A música fica para a Luísa escolher

Lenine - "Todos os Caminhos"

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dança da Solidão

(René Magritte 1898–1967)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Magia!





Não te assustes! Não é mais uma carta cheia de pedidos, presentes e mais que tais.

É apenas um desabafo, nesta tua época, em que toda a gente chama por ti, para a habitual mega distribuição de tudo e de quase nada.

Hoje dormi embalada pela tua magia, num sono calmo e sereno como há muito já não dormia.

Reconfortada num sonho pleno de magia, amor e recordações!

Sentada no teu colo, ouvia com toda a minha atenção uma história de encantar, onde tu me contavas o caminho que eu iria percorrer. Como era bonita a tua história, no teu colo doce e quente.

Afinal eu iria encontrar o que todos procuramos, um colo, um sítio ao sol.

E a tua história foi verdade, só não foi para sempre.

Esse amor que vivi em pleno e guardo no meu peito com a força que ainda me resta, contra toda a lógica de todos e mais alguns, talvez tu, Pai da magia, me entendas!

Que esse foi o meu lugar ao sol, essa foi a luz que me guiou por esse jardim, onde me abraçaste no sonho, cheio de flores e carvalhos fortes, onde a brisa corria com um murmúrio, onde o meu nome viajava colado ao teu.

Que o que entendo como o lugar ao sol, não é esse sucesso que quase alcancei, porque nunca foi isso que me fez correr. Fiz um percurso de gente nova, mas não para ser brilhante, apenas dar voz e luz àquilo que amo.

Esse amor deixa-me ainda hoje muita saudade, e sofrimento, mas não me arrependo, escolhi assim, viver com esses pedaços de mim e de nós, guardados e gravados na minha alma. Não me misturo com pedaços de outros, como muitos, em muitos.

Mas sabes? Não me sinto menos do que eles, porque ao menos sou eu própria, e não estilhaços de noites rápidas ao estilo “faroeste,” podem rir-se, dou isso de barato…

Por vezes embrulho-me em desânimo, nalguma tristeza, mas continuo o meu caminho, que não é ao sol. Vou seguindo assim a sombra, discretamente, com pouca gente que me entende, porque o que está na moda, é viver para a frente, com muitos anúncios e dourados, misturados entre muitos e em muitos.

Mas não procuro que me entendam, aliás nem o espero. Apenas presto homenagem ao amor verdadeiro, nem que dure apenas o tempo, de um abraço forte e único de dois corpos, duas almas e dois corações num só!

M
Fotografia - Manuela Sá Carneiro
Robbie Williams - "Eternity"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Molduras!



Acordei com o barulho do vento, ainda é cedo, vagueio pela casa, pelas minhas recordações. Passo os olhos pelas várias molduras espalhadas aqui e acolá, sorrisos felizes, roupas catitas, momentos que a máquina fotográfica propositadamente captou para guardarmos de recordação!
Pego no meu casaco e saio para a rua, cansada de tantos bons momentos antigos, passados… Carente de um abraço fechado, passeio sem direcção, mas com a certeza que no meio de tantas caras, alguém me há-de reconhecer!
Revejo tanta gente parecida com figurantes que já passaram na minha vida, vejo-te de grande carro, conheci-te eras um pobretana, mas nessa altura tinhas rosto para todos, agora és apenas uma marca embrulhada em oiro!
Olha por aqui também andas…Conheci-te de Mercedes e agora lá vais nesse carrito com esse ar derrotado, tanta briga pela aparência!
Abafo neste mundo em que nada é como aparenta ser, paro num jardim penso ver-te passar Pai, Mãe, Tio… Apenas miragens de amores grandes todos partidos antes do tempo esperado, como normal!
Busco-te a ti que tantas vezes anunciaste o teu amor por mim, partiste com o nevoeiro, mas sinceramente já não recordo bem o teu rosto cobarde.
Apenas busco o melhor de mim, presa entre um desgosto e outro, assim carente de amor, pela impossibilidade de voltar a acreditar nesse amor tipificado nessa sociedade apodrecida por tanto materialismo.
Entendo que já não passo sem uma causa que me dê força, de me empenhar a ajudar quem precisa e que preciso desse amor fraterno, desse abraço do mundo e para o mundo.
Assim vou fazendo as pazes comigo, enterrando o meu passado mais triste, nesse encontro com tanta gente sem oiro mas com alma e coração!

M

James Taylor - "Fire and Rain"

Fotografia: Manuela de Sá Carneiro

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

When We Dance

Pablo Picasso - "A Dança" 1925

Amar é sofrer, eu ouço dizer
Mas vou duvidar
Querendo ou não
O meu coração já quer se entregar
Não falta lembrança
Aviso, cobrança
Você vai por mim
Mas feito criança
Lá vou na esperança
Eu sou mesmo assim
Quem sabe até não é meu destino
Um amor sem espinhos.
Sou mel da tua boca
Calor dos abraços e tanto beijinhos
Se o sonho acabou
Não sei meu amor, nem quero saber
Só sei que ontem a noite
Sorrindo acordada, sonhei com você
Às vezes até, na vida é melhor
Ficar bem sozinha
Pra gente sentir qual é o valor
De um simples carinho
Te sinto no ar, na brisa do mar
Eu quero te ver
Pois ontem à noite, sonhando acordada
Dormi com você.
João Donato/Abel Silva - "Simples Carinho"

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Em teu Nome!

Procuro palavras que definam solidão, tantas queixas ouvimos, será que falam do mesmo? Será que é falta de companhia? Falta de carinho?
Solidão é mesmo aquele estado quando já nem força temos para o desespero! É um nó na garganta, um aperto na barriga, um desejo enorme que a noite se abata sobre nós, o telefone se cale, a luz se apague, para tentar sossegar. Parar!
Fechar os olhos, e deixa de fingir, que somos isto e aquilo, para sermos um espaço vazio, a flutuar, assim sem destino, sem eira nem beira.
A mente devagar esvazia-se da luz, ficamos assim suspensos no tempo e na nossa solidão. Já nem dor nos é possível sentir, apenas o vazio!
Percorremos um penoso caminho de dor, lágrimas e suor até chegar aqui, a lado nenhum! Começamos por sentir falta de amor, tristeza, desamor, desânimo, vontade de não prosseguir!
Lentamente como se de um cancro da alma se tratasse, pura e simplesmente deixamos de nos estimar, vamos assim caindo nessa espiral de nada!
Como um fotógrafo esfomeado por aquele retrato da sua vida inteira, buscamos alguma imagem no passado que nos faça parar de nos maltratar!
Olhando à nossa volta não conseguimos ver nada de bom para nós, apenas gente apressada que sentimos como capaz de nos calcar, apenas para puder continuar a correr.
Neste buraco negro, apertado e sufocante, onde nem a esperança conseguimos vislumbrar, apenas queremos fechar os olhos e deixar de sentir…

Nesse ponto Flutuo!
Sinto um toque na cabeça.
Devagar abro os olhos.
E vejo-te Menina Coragem!
A minha luz!
Como posso eu ousar ter este sonho, com o teu exemplo diante dos meus olhos?
Há gente boa na nossa frente, basta abstrair do oiro, sentir o incenso, e ter a coragem de amar quem merece e não só quem se ache no direito, por título ou sangue!

Maria
Jota Quest - "O Sol"

Fotografia - Manuela Sá Carneiro



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Vento

Nosso primeiro filme
Uma História Simples.
Mãos suadas pedindo mais que um toque,
Primeiro alimento de um grande amor
Que ansiava ser eterno.

Quero viver o mesmo feeling
Olhar para ti com o mesmo desejo

Uma História Simples
Feita com gente comum.
O amor quer perdurar, mesmo assim,
Simplesmente, como ele sabe ditar.


Quero viver o mesmo feeling
Meu Bem-Querer

(Originalmente publicado no Little Wing)


Bem Luísa só me lembrei desta, não sei se é a gravação certa mas....:))))

Beijo grande
Maria

domingo, 8 de novembro de 2009

Perfeito Coração

"quando o coração pode falar, não há necessidade de preparar o discurso"
Gotthold Lessing
Amália Hoje - "A Gaivota"

Outras formas!


Acordei a meio da noite, ainda estava escuro! Acordei de um sonho contigo, mais um, durante o dia consigo manter-me longe de ti, mas o sonho ainda não consigo controlar.
Não sei se gostava de o conseguir, estes momentos em que sonho contigo, são os únicos, em que desta maneira tenho mimo e carinho.
Vivo nessa correria do dia a dia de hoje, em que mais parece que não há amanhã, reconheço que vivo de sorriso e capa de super mulher, mas sinto-me só!
Só, pelo passado que tantas vezes foi doloroso e sombrio, tantas partidas inesperadas, tantas doenças, tanto desamor!
Contigo por momentos acreditei na vida a dois, na companhia, na amizade e mesmo no amor, tanto fizeste, que me convenceste!
Isso dói-me, não por ti, que de um jeito ou de outro vais caminhando, mas por ter baixado as defesas, e deixar-me levar contigo.

Noites quentes em que me fizeste feliz como mulher, risos e sorrisos entre um cigarro e outro, o mimo, o colo, o teu braço forte, enfim, o teu regaço quente, o meu porto seguro!

Hoje apenas sonho, às vezes, com esse sabor a mel, esse cheiro quente e doce.
Vou tocando a vida para a frente, ou a vida vai-me empurrando, saio do meu quarto para ir beber água, fujo dessas recordações.

Sento-me na sala diante deste teclado, sorrio ao ver as fotografias na minha sala, essas Meninas cresceram!
Como a vida passa a correr, ainda no outro dia aprendiam a falar e a andar, dormem tranquilas, embaladas nos seus sonhos, já nalgumas desilusões, mas bem, espero com a vida na frente.

Acima de tudo vamos contando com bons amigos, e que elas sejam felizes, que lutem por aquilo que acreditam, e que não desistam sem dar explicações.

A vida ganha outro ritmo, de ser solidário com quem precisa, de procurar outras formas de amor, outras formas de amar.
Assim segue a vida!
Maria
Caetano Veloso - "O Ultimo Romantico"
Fotografia - Manuela Sá Carneiro

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Saudade!

Adormeci com esta música e acordei com ela. Lembras-te?
Sonhei com aqueles dias passados contigo na cama, em que eu me entregava a ti, como só o fiz a ti e para ti.
Momentos de paixão ardente, beijos longos, festas e carícias! Como eu te amava e me dava a amar!
Fazias-me sentir mulher amada e tua! Bonita por dentro e por fora. Contigo aprendi a amar e a ser mulher. Foi contigo que descobri os jogos de amor e de paixão,
Quando me encostava no teu peito forte, e me fazias festas no cabelo. Lembras-te a pressa que tantas vezes tínhamos de chegar a casa? Quantas vezes mal entravamos a porta, já íamos aos beijos!
Ias-me despindo até ao quarto, como eu me sentia desejada!
Devagar tomavas o meu corpo com beijos quentes, tudo era teu, dos pés à cabeça. Estremecias quando eu passava a mão pelas costas, emocionavas-te quando te punha as duas mãos na cara.
Manhas de domingo que se prolongavam tarde dentro, onde o pequeno-almoço, já era hora de almoço, quando finalmente nos decidíamos por uma piza, para continuarmos a fazer amor.
De mim fizeste mulher, a ti dei-te o colo que sempre tiveste vergonha de pedir!

M

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De Nós!


Não sei se me sorria, se solte as lágrimas que tenho em mim. Sonhei outra vez com essa planície doce, a toalha do nosso pic-nic, o sol forte o cheiro do nosso mar!
Não quero estar triste, ainda retenho a imagem desses momentos, quero seguir sorrindo nesse trilho da vida que algures nos separou. Não ser uma chata arrastada, melada e melancólica, que parece que nunca conheceu o cheiro doce de uma noite de amor.
Não quero ser uma obcecada porque já não ter esse ombro forte que tantas vezes me ajudou a lavar a alma, tivemo-nos um ao outro, tanta gente que nem chega a conhecer esse sabor.
Mas fazes-me falta, para me fazer sorrir e chorar ao mesmo tempo.
Este sonho levou-me a tomar a decisão de partir em busca, não de ti, mas de mim. Estou cansada da vida de suposto sucesso que apenas me arrasto em sorrisos forçados, algumas vénias necessárias, em que me sinto a vender a alma ao diabo.
Estou cansada de mim, do meu cansaço… Foi bom enquanto durou, mas agora tenho que me encontrar, e de encontrar uma forma de viver em paz e pela paz!
Vou guardar esse abraço terno e doce, onde partilhamos essa onda de amor e de paixão, noites em claro entre risos e beijos. Vou continuar sempre de quando em vez a sonhar contigo, porque só nesse sonho mereces estar, já que fugiste da vida. E nele vou guardar a menina que fui no teu colo, e a mulher que te amou à loucura, nos teus braços, essas lembranças são minhas e para mim.
Segues de olhos vendados o teu caminho traindo o que mais sério tiveste na vida, nós!
Eu vou procurar um lugar onde sei que faço falta, onde vou puder amar e ajudar quem precisa de um lugar ao sol, e sei que vou encontrar a paz que necessito.
Serás apenas o que escolheste ser, um pedaço de sonho, embrulhado em papel vegetal!

M

Fotografia - Manuela Sá Carneiro
Música escolhida pela Luísa para este texto

Marina Lima - "Que Ainda Virão"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Saudades



Vagueio pela marina, no meio dos barcos, procuro-te com angústia… Tanto tempo que não te abraço. Queria tanto mais um beijo e um abraço!
Quando partiste perdi o melhor de mim, vi-me rodeada de um mundo onde só tu fazias a diferença, eras o meu porto seguro, o meu sorriso e a minha esperança!

O meu corpo tem-se deixado abandonar, falta-lhe a tua força e o teu amor! Têm sido anos duros, tristes, onde a solidão e a falta de afecto fazem o meu corpo perecer. Sempre soube que o meu amor por ti era a força motora para aguentar as discussões e os ódios de estimação que nos rodeavam.

Mas confesso que nunca pensei ter cada vez mais saudades! Na minha alma tenho gravado o teu sorriso transparente, é a ele que recorro sempre que tenho vontade de me deixar abandonar. Sempre que tenho a tentação de me entregar à doença, sinto-te em mim!

Entras na minha alma com a força do mar, envolvendo-me num abraço intenso com sabor a sal. Sei que queres que eu continue! Entrelaçaste e misturas-te comigo para que eu continue a lutar.

Assim o tenho feito, pois continuo a precisar muito de ti, e não quero trair esse sorriso lindo que me legaste.

Agora me dou conta… Mandaste-me alguém que me abraçar! Claro só podias ter sido tu! Sim é melhor assim! Tens razão! Esse abraço ajuda-me e sim prometo-te continuar a lutar, por mim e por ti, que tinhas direito a continuar a iluminar a vida e os outros com esse sorriso transparente!

Com todo o meu amor

Maria

Fotografia - Manuela de Sá Carneiro

Música escolhida pela Luísa para este texto!


Eric Clapton - "Somewhere Over The Rainbow"

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Chuva!

Não sei o que me faço, ou desfaço. Sinto a morte rondar-me. Será loucura?
Ou será da chuva? Esse intermitente bater da água no meu vidro que chama por mim.
Hoje sim, precisava de me purificar, lavar a alma, arrancar do corpo esse feitiço da terra, que por vezes me consome. Fico assim como na tona, flutuando no meu lodo, naquelas experiencias que vivi em nome da liberdade!
Qual liberdade? Desespero de gente nova, que não sabe dar nome ao amor! Gente que passa deixando um rastro de desamor, meninos e meninas que não tiveram direito ao peito da Mãe, ao colo doce junto da lareira, ao simples puxar dos lençóis, e ao beijo de Pai.
Essa raiva que se acumulou desperta a cada nova história de gente mal amada, transporta-me para a infância que amava ter tido, reconheço até, que me faz muitas vezes zangar comigo e com o mundo!
Gestos simples, carinhos imensos que nos fazem dar passos seguros, neste trilho da vida.
Este vacilar ou inconstância proveniente de vidas mal amadas, levanta-me sempre a dúvida.
Será assim tão complicado amar?

Maria

Fotografia - Manuela de Sá Carneiro
Música escolhida para o texto pela Luísa
George Harrison - "While My Guitar Gently Weeps"

Choro!


Choro sem razão aparente,
Saudades de nós?
Ouço a chuva cair,
Tenho frio e saudade.

Partiste num dia assim,
Frio, chuvoso e triste.
Não percebi a tua ida,
Para onde foste?

Sonhei e sonho contigo,
Desespero por ti.
Sempre te amei tanto!
Uma palavra apenas!

Continuo aqui,
A olhar a janela.
A sentir a chuva cair,
Tonta a pensar em ti!

Que tenhas alguém,
Parece-me verdade.
Alguém que te satisfaça,
Mas que te ame assim?

Não creio!


Maria

Fotografia - Manuela de Sá Carneiro
Música escolhida para o texto pela Luísa

Sade - "Why Can't We Live Together"

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Porque Eu Sei Que É Amor

Fotografia Manuela de Sá Carneiro

(esta fotografia foi tirada em Boavista, Cabo Verde, na escolinha São Cristovão. um bem haja para estas mininas Maria Santos Silva, Manuela de Sá Carneiro e Maria Sá Carneiro e para outras tantas pessoas que ajudam a manter esta escolinha. um dia eu vou estar lá, prometo a mim mesma...)


Alguém!


Hoje escrevo para mim, e só para mim. Não para ti que vais imaginar que falo de ti, não para ti que vais imaginar-te no meu lugar.
Sem outras peles ou colagens, deixo-me abater nestas linhas! Quero apenas deixar sair a minha dor e a minha tristeza. Não lhe sinto nem a cor, nem o formato. Apenas dor e solidão!
Talvez seja o cansaço de muita estrada percorrida, muitas viagens sem destino certo, e sem ninguém à minha espera!
Faz-me falta um abraço, um gesto, ou apenas um sorriso!
Alguém que me aguarde, e que fique feliz com o que lhe trago, uma prenda, uma história, uma piada nova, alguém que simplesmente goste de mim, independentemente do meu ar cansado, das minhas olheiras. Poderia descer ao limiar do desejo e pedir alguém que pura e simplesmente não me critique... Mas seria demais!
Será tão complicado gostarmos de alguém única e exclusivamente por aquilo que ela é?
Sem nenhuma aplicação virtual, sem capas nem enfeites, apenas porque ela nos é querida. Poderá o mundo ter menos adereços e etiquetas?
Entramos num mundo revolto, cheio de mentiras e capas, onde o amor passou a ser não uma razão para sermos felizes, mas um monte amachucado de razões de psiquiatria, terapia ou seja lá o que for
A aparência de fortaleza ou loucura humana de negar o mais básico que necessitamos para viver em vez de sobreviver, seguimos assim um trilho de várias marcas que ninguém adivinha de outlet, ou não, pensando sempre que melhor estará para vir! Será?
E o hoje, o agora? O meu beijo, o meu abraço?
A quem dou? Serei assim tão pouco para não ter a quem dar? Ou serei assim tanto que ninguém se chega para eu os dar?
Mas afinal para onde me dirigo, para mil e uma coisas que devo, tenho que fazer? Ou zango-me comigo por ter entrado nesse trilho fútil e fácil, onde sou a maior da minha rua, que só tem a minha casa?
Alguém me diga onde procuro por mim, alguém me empreste um espelho onde me procure! O meu está envelhecido e embaciado, preciso de uma luz que me guie, que me mostre que eu valho a pena como ser humano!
Alguém...

Maria

sábado, 10 de outubro de 2009

La Portugueza Feels Better

"Mesmo as noites totalmente sem estrelas podem anunciar a aurora de uma grande realização"
Martin Luther King
Santana and Steven Tyler- "Just feel better"

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Amor!

Pedes-me um poema para ti,
Entendo que me queres sentir.
Que eu te abra o meu coração,
Te mostre a cor da minha alma!

Queres sentir nos meus versos,
O calor do meu beijo que desejas.
Despir-me pelas palavras,
Para abraçares a minha alma.

Queres-me toda,inteira,
Não um bocado de muita coisa.
Procuras a Menina triste,
A quem queres dar colo!

Para me embalares num abraço,
Que terá o teu calor e o teu nome,
Assim me vou entregando a ti,
Não pelo corpo mas pela alma.

Aqui estou à espera,
Que me tomes como tua!

Maria

Sem rótulos!


Quebrou-se o encanto,
Que estava à distância de um beijo.
Um laço incondicional de amor,
Um abraço de cumplicidade.

Compreendo que cresças,
Afinal crescemos todos!
Mas queria guardar esse teu sorriso,
Sempre na minha alma!

Esse sorriso que sempre me recebeu,
Quando tudo estava mal.
Esse amor incondicional,
Que me sustentou e deu alento.

Saberei esperar por ti,
Sei que os anos te farão voltar.
Todos acabamos por regressar,
A um porto seguro e doce!

Aqui estarei para ti.
Sempre de braços abertos!

Maria



Fotografia Manuela Sá Carneiro

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Encontro!

Procuro por ti, preciso de te encontrar. Vislumbrar-te, para me entender!
Sinto a tua presença, julgo até saber o teu nome… Mas ainda não consigo abstrair de uma vida de regras, de imposições e de certezas absolutas, para sentir o teu cheiro e a tua cor.

Sei que vais esperar por mim, até que eu esteja pronta, para o nosso encontro, talvez, quem sabe? Tenho medo de me entregar a ti, daí a dificuldade que tenho em te ver.


Mas bem sabes que te sinto, em cada pequeno gesto que faço, que te dou as boas vindas, mas apenas preciso de um tempo, para arrumar um passado duro e confuso, em que me programaram para ser apenas uma sombra!

Sei que o passado está a ficar mais distante, sei até que já não me consigo zangar, sei que o que me move ainda é a dor, mas já não é a raiva, já não é a vontade de morrer, já não é o medo.


Trouxeste-me um bem-estar pacífico, uma vontade de me aprender e de me amar. Deixar de viver em função de tudo e de todos, para apenas ser verdadeiramente minha e de alguns, merecedores do meu amor, porque por mim nutrem esse mesmo amor incondicional!

Nunca é tarde, mas o passado ainda me trás alguma nostalgia, de tanto sofrido o tornei, apenas para não me ver, não me sentir.

Contigo sei que tudo é já diferente, que deixei de estar na sombra e na saudade permanente, para começar a acordar com vontade de viver para mim, e para os meus.

Por isso sei que nos vamos encontrar! :)

Musica escolhida pela Luísa


Solomon Burke - Soul Searchin'

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Querida Mãe!

Hoje faço dez anos, queria tanto que voltasses!

Estou cansada de ser tua Mãe, de te ver partir deitada nesse leito de dor e de miséria humana. Definas na minha frente, não comes a sopa que te dou à colher com todo o amor do meu coração.
Essa doença roubou-me a infância, as brincadeiras, o teu colo que imagino quente e doce.
Perguntas-me se estás louca, até aqui achei que sim, mas agora olhando para trás, entendi…
Não, Querida Mãe não estás louca, estás doente de dor, e desse sangue que o Dr. te enfia pelas veias, ele não entende nada! Só precisas de amor e de carinho, que acreditem que não és louca, apenas sofres! E só sabes sofrer em silêncio, ou zangada!
Eles não entendem que até as tuas gargalhadas são de dor, por isso soam diferente, não és louca, és incómoda!
Sabes, eles não querem assumir que te criaram no abandono, que te “deram” a criar, porque o teu olhar era triste, a mendigar amor. Eles só gostam de crianças risonhas, sem questões, que gritam por tudo e por nada. O teu olhar reflecte o que te fizeram, até depois de morreres continuaram…
Mas eu amo-te Mãe, muito, do fundo do meu coração!
Sei que um dia te vou encontrar, que me vais pegar ao colo, num encontro há muito marcado!
Estou pronta Mãe para te devolver o nosso nome!


M
Caetano Veloso - "Podres Poderes"

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Paz



(adoro a voz da Rosinha...)

sábado, 19 de setembro de 2009

A Escolha

"Aquilo que nós mesmos escolhemos é muito pouco: a vida e as circunstâncias fazem quase tudo"
John Tolkien
Djavan - "Se"

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O que ficou por te dizer!

Olho para ti, dormes. Sossegada! Como te embrulhas com este calor em mil cobertores! Vim em paz e pela paz. Vim tirar-te esse frio da alma de vez.

Continuas um amor, sossegada, com esse ar de Anjo. Sempre foste um doce, calma, calada, sempre com os teus botões. Nesse sossego aparente cresceu um buraco cinzento, de dor, aflição e tristeza. Não tenhas medo Querida!

Apenas venho repor a verdade, não te assustes, apenas te sussurro amor e carinho. Sim, sou eu! Vim libertar-te dessa guerra que fazes contigo mesma, desse mar revolto de ânsia de não te amarem.

Algumas coisas importantes ficaram por te dizer, e outras têm que ser clarificadas. A primeira e talvez a mais importante de todas é que não parti embrulhada em loucura, mas sim em dor. Em sofrimento de viver esse pesadelo que vives de não ser amada. Hoje sei que me amaram tanto quanto podiam!

Não é doença, não é loucura, é sofrimento e falta de coragem de demonstrar amor, para receber amor. Sim Querida coragem de amar e de ser amada! Não de questões, de guerrilhas promovidas pelas eternas comparações de demonstrações de afectos, quando não há duas pessoas iguais! O amor e afecto, o carinho não tem medida, apenas sentimento, o que fazemos a uns, podemos não conseguir fazer a outros, ou simplesmente faze-lo de outro jeito.

Essa é a mensagem que quero que deixes entrar no teu coração, como se ouvisses o canto doce de um pássaro, chilrar-te ao ouvido um bom dia de alegria! Essa luz e energia pura, uma onda de calma e amor, que irá desfazer e contrariar esse eterno mar revolto, que te está a consumir.

Uso esta maneira, deste jeito, pois é a única maneira que tenho de chegar a ti, através de alguém que ambas amamos com tanta força, ela é a portadora da minha mensagem!

Ela aceitou ser a portadora, porque também me entendeu e perdoou algumas “patifarias”, e a razão delas. Entendeu que eram apenas um jeito triste de pedir amor. Hoje sei que o amor é um caminho de paz e luz, pena só o ter entendido tardiamente. Mas vim repor a verdade, pedir perdão e deitar-te a mão, conduzir-te a esse caminho de paz e de luz.

Dizer-te que vais começar a ter paz, desde que abras o teu coração à luz. Sei que és linda por dentro, quando consegues sair dessa tensão criada por essa insegurança, que não tem razão de existir. Confia em mim e em ti, deixa-te embalar pela luz quente, respira fundo, agradece a vida, ela é uma dádiva, que devemos viver com amor e intensidade.

Sei que vais acordar diferente, que vais começar a ver a luz e o amor, no fundo é tudo tão relativo!
Amei ver-te dormir!

M

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Down Em Mim

"O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto."
Fernando Pessoa
Dé, Bebel e Cazuza - "Preciso dizer que te amo"

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Só para ti!

Consegues sentir-me?
Sentes a minha emoção ao mirar-te? Como cresceste! Que linda estás!
O meu orgulho transborda ao ver-te. Sempre disse que eras inteligente!
E esse olhar doce que diriges à Mãe, que ternura me faz!
Sinto que “esse” amor incondicional está semeado entre vós.
Agora sei que irão alcançar a paz, prosseguirem como pessoas determinadas e firmes.
Sempre na vossa solidão mas em paz e harmonia. A justiça de um futuro mais calmo desceu e instalou-se na vossa casa.
Tens um brilho, uma alma sorridente, transbordas esperança e paz.
Agora sim, finalmente posso partir, sei que a ajudarás a escrever a vida, com mais amor e segurança.

Viagem!

Sei ao que vieste! Vieste buscar o que imaginas ser o resto de mim, mas lamento, tenho más noícias para ti! Sim sou mesmo eu que te escrevo, calma, serena e mulher. Não já não sou filha desta, neta daquela, sou mesmo eu! Inteira e coesa, tanto quanto é possível ser-se depois de um caminho atribulado.


Lamento mas não adianta puxar-me e repuxar-me, porque só vou para onde escolho ir, tenho raízes de bem, e pelo bem. Cansei-me de me arrastar nessas tuas viagens desnorteadas, ou melhor, norteadas pela loucura.


Sei que posso escolher, sei escolher, e não me tentas. Estou tranquila, podes acenar à tua vontade, porque eu não vou contigo. Tenho o meu caminho na frente, a minha gente que me ama e que me segura.
Confesso que em tempos me assustaste, beliscaste o meu equilibrio, sendo que de ti saí, mas nunca me senti vinda de ti, nem para ti.


Algum dia isto teria que ter um fim, e sabes não me vencerás, estou cansada de fingir que não te vejo, que não te escuto, ignoro os teus sinais, as tuas pancas e travessuras.
Basta, cansei-me de brincar a este jogo de esconde/esconde, de ser o que não quero ser, de fingir que não te vejo, só para não ter que te enfrentar.
Basta! Agora sei que te que posso enfrentar, sei que a tua loucura não é contagiosa, e sei que te vou enterrar!

Maria

sábado, 5 de setembro de 2009

Abres-me a porta?



Deixa-me entrar, espera não te recolhas! Não tenhas medo, apenas te quero dar a mão, aquecer alma. Mostrar-te a luz, o centro de tudo, do bem!


Permite que a luz entre em ti, anda, nada tens a temer. Sente a brisa, quente e fria, que te vai aliviar esse ferida que transportas desde sempre. Abandona em mim essa menina triste, expõe essa ferida dilacerada ao ar, deixa-me expurgar esse veneno maligno.


Sente a magia do amor, não carece essa mágoa. Abre as asas e voa comigo!


Não Amor assim, não! Chega de voos picados, necessidades atabalhoadas, plana comigo, deixa-te transportar para outro lugar.


Vem e olha ali a luz, a paz, sai da sombra! Não tens que ser assim forte e destemida, podes chorar e rir ao mesmo tempo, não Querida, isso não é loucura, é vida! Confia em mim e na luz. Vive a magia da vida, a força da luz, a tranquilidade do meu beijo doce, apenas precisas de acreditar no amor.


Não Amor não és louca, és apenas tu, retraída na dor desse espelho manchado pela dor e pelo medo. Baixa essa defesa infernal, essa inquietude brutal, sim estou a ver as tuas lágrimas, são água pura Querida, não é sangue!


Sossega! Estou aqui pelo bem.
Debruça-te na luz, fecha os olhos e olha-te!
Vês como és linda?
Sorri, isso Querida!
Vês?

Maria

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

sábado, 29 de agosto de 2009

Silêncio


Não sei me dói mais a traição do teu silêncio, se a tua traição no silêncio, aqui fui ficando feita boba, apática, na suave esperança que um dia voltarias. Para nós!

Pura e simplesmente não me deixaste, foste deixando-me, mas com algum requinte, uma palavra aqui, uma mensagem acolá, um gesto, uma música, ou apenas sombras, reflexos de um grande amor, que se calhar apenas existiu, em mim.

Vais viajando de sítio para sítio, mas bem sei que ainda não saíste de sítio algum, vais-te arrastando no teu orgulho, de macho, recusando sentimentos de todos, por alguns.

Aparentemente fiquei encostada a esse lugar, com a áurea de vítima, é mais fácil para muitos, assim me classificarem, do que enfrentarem o facto de eu ter tido a sorte de viver um amor.
Fiquei muito tempo parada na tua traição, na agonia do arrastar do tempo, a saudade, a dor, a revolta. Com o ridículo de não me terem entendido, mas sei o que valho, ridículo é quem não tem a coragem de se entregar!

Hoje sei que o tempo não para e que já pouco serás daquilo que ainda guardo, tempo, cansaço e desgaste, por ti também passaram. Eu conservei-me nos meus sentimentos, tu lutaste contra ti. Essas rugas ressequidas não passaram por mim.

Vou seguir a minha viagem, dedicar-me a tantas coisas que anseio descobrir, luzes e imagens, que através dos outros sei que descobrirei a minha luz.

A ti desejo o que quiseres!

Maria
Djavan - "Um Amor Puro"

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Oceano

queria muito acreditar que poderia estar a acontecer.
"esperança a gente sempre tem".
e como diz uma amiga minha, socorro!!!
http://www.youtube.com/watch?v=0eDMHyfezxM
Moby & Patti Labell - "One Of These Mornings"

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Beethoven Symphony No.9 - Bernstein 1989 (part 1)

Sem Sol, Sem Lua

Sentamos pra ver o sol indo.
Grama, grilos, coceirinhas...
(O sol aquela bolona amarela
E nós sonhos pra dar e dormir.)
Lá ia, lá longe, o sol indo...
Senti o calor que 'cê tinha
Na pele que, ali, era só minha.
Aquele gosto quente no dente,
Um beijo, um toque, a mão no joelho...
Epa!
Olha que até o sol ficou vermelho.
Peter Salém - "Sol lindo"
(hoje o sol é pouco. dizem até que vai chover!)
Ray LaMontagne - "You Are The Best Thing"

sábado, 15 de agosto de 2009

She!

Para Ti Amiga Eduarda!

Não tenho o teu brilho nem a tua coragem, para te escrever seja o que fôr, vergo-me perante o Vosso Amor!

Apenas te ofereço o meu ombro!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dando Significado à Vida...

"A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas" Samuel Butler
Bette Midler - "The Wind Beneath My Wings"

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Palabras Que Se Esconden

"Nisso quando guardam para sempre um instante que nunca se repetirá, as fotografias não mentem - esse instante existiu mesmo. Porém, a mentira consiste em pensar que esse instante é eterno, que dois amantes felizes e abraçados numa fotografia ficaram para sempre felizes e abraçados. É por isso que não gosto de olhar para fotografias antigas: se alguma coisa elas reflectem, não é a felicidade, mas sim a traição - quando mais não seja, a traição do tempo, a traição daquele mesmo instante em que ali ficámos aprisionados no tempo. Suspensos e felizes, como se a felicidade se pudesse suspender carregando no botão "pausa" no filme da vida"
Miguel Sousa Tavares - "No Teu Deserto"
(mergulhada no meu silêncio, tem sido o meu livro de cabeceira. estou a gostar e recomendo.)
Jarabe de Palo - "Adiós"

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Trying To CatchThe Wind

"Não tenhas medo do passado. Se as pessoas te disserem que ele é irrevogável, não acredites nelas. O passado, o presente e o futuro não são mais do que um momento na perspectiva de Deus, a perspectiva na qual deveríamos tentar viver. O tempo e o espaço, a sucessão e a extensão, são meras condições acidentais do pensamento. A imaginação pode transcendê-las, e mais, numa esfera livre de existências ideais. Também as coisas são na sua essência aquilo em que decidimos torná-las. Uma coisa é segundo o modo como olhamos para ela."
Oscar Wilde, in 'De Profundis'
Donovan - "Catch The Wind"

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Marisa Monte!

Peço-te!


Sonhei outra, e outra, e outra vez contigo. Porque não partes de vez? Sai da minha vida, pára de me perseguir. Pareces um gato, acostado aos pés da minha cama. Deito-me com a firme intenção de sonhar com tudo o que nos afasta, com tudo o nos separa, as nossas diferenças, os teus pêlos no ralo da banheira, a tua desarrumação, a minha timidez em sair, em conhecer os teus famosos amigos…
Mas nada…lá vens tu com o cair da noite, de mansinho, sinto uma brisa que entra pelo quarto dentro, apossando-se das minhas intenções, em nunca mais ser tua, para ti!
Desiste, parte, deixa-me, abandona-me, como fizeste na vida real, e não nesse quarto recheado de nostalgia, amor, mel e fel, de mim para ti, e um dia de ti para mim!
Matas-me assim devagar, devagarinho…Não tenho mais força… Apenas quero encostar a minha cabeça na minha almofada de sempre, uma das poucas seguranças que me resta!
Vai-te!


Lentamente deixo-me adormecer, e agarro-me a tudo de problemas que não sei resolver, cujo prazo já expirou, numa tentativa louca, que não me invadas a cama, não me embales nesse regaço quente, que uns anos sonhei como um porto seguro… Meu!


Escrevo para não sufocar, porque já não tenho força, nem querer, para ver o pôr-do-sol! O mar! A lua! Apenas queria adormecer em paz…Para sempre!


Já não penso sequer nas noites quentes em que nos amamos, e nos entregamos nessa viagem louca, cheia de magia, onde nos descobrimos e nos demos um ao outro, sem receios, sem preconceitos… Mas…

Por favor… Vai….
Não te prendo! Não me faças sofrer mais….

Desabafo

Claudia - "Deixa eu dizer"
(é verão, os festivais estão aí. paredes de coura já terminou, next, "rock one" em portimão e "sudoeste" na zambujeira do mar)

:) Obrigado

A noite já vai arrastada, na combinação explosiva do meu cansaço acumulado, e o peito dorido!
Mas não podia deixar de escrever umas palavras à minha grande Amiga Luísa.
Antes de tudo o mais, agradeço o convite que enviei a mim mesma, para o teu Blog.
A minha mente está lenta e desanimada, falta-me cor e inspiração para escrever alguma coisa de jeito, e do jeito que mereces.
Para além do mais, faz tempo que não escrevo, entre considerações de alguns, criticas de outros, deixei-me entregar ao desânimo de não escrever. Por revelar ou me expor de mais, ou whatever!
Seja como for, não escrevi mais, e isso é da minha inteira responsabilidade.
Vou tentar voltar a faze-lo, não hoje, mas um dia destes.
Obrigado por seres assim simples, amiga, e pela companhia de hoje.

Maria

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Looking Forward

Erikah Badu - "I Want you"
(grande erikah, what a groove!)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quem Me Levará Sou Eu

hoje dormi mal e sonhei muito…
acordei lembrando de que tinha sonhado com uns supostos bolinhos bem redondos a que alguém chamava de RAM.
como não conheço nada que se coma com esse nome, procurei na net o significado e pude constatar que:
- trata-se de um tipo de memória existente no hardware dos computadores, Random Access Memory (Memória de Leitura e Escrita);
- uma alegada ordem católica fundada em 1492, “Regnus Agnus Mundi”, “Reino Amor Mundo” que estudava linguagem simbólica;
- RAM, segundo álbum a solo lançado pelo ex-beatle Paul McCartney em 1971 com a sua mulher Linda McCartney que a partir daquele momento tornou-se sua parceira musical até à sua morte.
enfim, devo ter a minha cabeça num 8…dá para notar.
memories, memorieeeeeeeeeeeeees…
Ray LaMontagne - "Let It Be Me"


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Ils Ont Changé Ma Chanson Ma

Melanie Safka - "Look What They've Done To My Song Ma"
(tinha seis ou sete anos quando comecei a escutar esta canção interpretada pela Melanie.cantava-a vezes sem conta.
o meu pai tinha-a gravado numa das cassetes onde aparecia também a sua voz a repetir palavras em francês, curso da "assimil" que tinha iniciado, “ le francais sans peine”.
quem nunca teve a “canção” da sua vida alterada?
“mais moi dans mon cœur je reste la même”)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Bye, Bye Tristeza

Georgia O`keeffe - "Red Poppy" 1927

pela primeira vez tinha pintado as unhas de vermelho, o branco estava a ser colocado de lado.
não entendia, why?
sentia-se uma verdadeira woman in red.
vermelho era a cor do coração, da paixão, do desejo, do amor, mas também da raiva, do poder e da ambição...
a coragem e a auto-confiança tinham voltado, aí tinha coisa!


terça-feira, 28 de julho de 2009

As Coisas Tão Mais Lindas

ESPERANZA SPALDING - "Overjoyed"
(com apenas 23 anos a contrabaixista Esperanza Spalding dá cor ao jazz)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pequena Dor...

AS REGRAS DA SENSATEZ
Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz
Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão
Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade
Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós
São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez
Carlos Tê/Rui Veloso
(pequenas dores fazem parte...)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Wasted Time

"em matéria de amor, o silêncio vale mais do que a fala"
(será? tenho as minhas dúvidas.)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Boys Of Summer

Eagles em Portugal
(desculpem lá a qualidade das photos)
(“what a concert, an heavenly concert”. depois de uma viagem com muita chuva e nevoeiro, valeu a pena o esforço. que bem cantam e tocam aqueles “senhores”! todos nascidos nos anos 40, têm uma aparência física de meter inveja a qualquer um. foi na verdade um concerto de sonho que a muitos fez recordar. eu jamais esquecerei como foi bom escutar ao vivo “Hotel Califórnia”, “Love Will Keep Us Alive” e “Take It Easy”. by the way, you were there too, I could see you…)


terça-feira, 21 de julho de 2009

Learn To Be Still

Flor Artemísia

("Long Road Out of Eden", indeed. amanhã lá estarei. a new life has just began...)