quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Peço-te!


Sonhei outra, e outra, e outra vez contigo. Porque não partes de vez? Sai da minha vida, pára de me perseguir. Pareces um gato, acostado aos pés da minha cama. Deito-me com a firme intenção de sonhar com tudo o que nos afasta, com tudo o nos separa, as nossas diferenças, os teus pêlos no ralo da banheira, a tua desarrumação, a minha timidez em sair, em conhecer os teus famosos amigos…
Mas nada…lá vens tu com o cair da noite, de mansinho, sinto uma brisa que entra pelo quarto dentro, apossando-se das minhas intenções, em nunca mais ser tua, para ti!
Desiste, parte, deixa-me, abandona-me, como fizeste na vida real, e não nesse quarto recheado de nostalgia, amor, mel e fel, de mim para ti, e um dia de ti para mim!
Matas-me assim devagar, devagarinho…Não tenho mais força… Apenas quero encostar a minha cabeça na minha almofada de sempre, uma das poucas seguranças que me resta!
Vai-te!


Lentamente deixo-me adormecer, e agarro-me a tudo de problemas que não sei resolver, cujo prazo já expirou, numa tentativa louca, que não me invadas a cama, não me embales nesse regaço quente, que uns anos sonhei como um porto seguro… Meu!


Escrevo para não sufocar, porque já não tenho força, nem querer, para ver o pôr-do-sol! O mar! A lua! Apenas queria adormecer em paz…Para sempre!


Já não penso sequer nas noites quentes em que nos amamos, e nos entregamos nessa viagem louca, cheia de magia, onde nos descobrimos e nos demos um ao outro, sem receios, sem preconceitos… Mas…

Por favor… Vai….
Não te prendo! Não me faças sofrer mais….

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