sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Alguém!


Hoje escrevo para mim, e só para mim. Não para ti que vais imaginar que falo de ti, não para ti que vais imaginar-te no meu lugar.
Sem outras peles ou colagens, deixo-me abater nestas linhas! Quero apenas deixar sair a minha dor e a minha tristeza. Não lhe sinto nem a cor, nem o formato. Apenas dor e solidão!
Talvez seja o cansaço de muita estrada percorrida, muitas viagens sem destino certo, e sem ninguém à minha espera!
Faz-me falta um abraço, um gesto, ou apenas um sorriso!
Alguém que me aguarde, e que fique feliz com o que lhe trago, uma prenda, uma história, uma piada nova, alguém que simplesmente goste de mim, independentemente do meu ar cansado, das minhas olheiras. Poderia descer ao limiar do desejo e pedir alguém que pura e simplesmente não me critique... Mas seria demais!
Será tão complicado gostarmos de alguém única e exclusivamente por aquilo que ela é?
Sem nenhuma aplicação virtual, sem capas nem enfeites, apenas porque ela nos é querida. Poderá o mundo ter menos adereços e etiquetas?
Entramos num mundo revolto, cheio de mentiras e capas, onde o amor passou a ser não uma razão para sermos felizes, mas um monte amachucado de razões de psiquiatria, terapia ou seja lá o que for
A aparência de fortaleza ou loucura humana de negar o mais básico que necessitamos para viver em vez de sobreviver, seguimos assim um trilho de várias marcas que ninguém adivinha de outlet, ou não, pensando sempre que melhor estará para vir! Será?
E o hoje, o agora? O meu beijo, o meu abraço?
A quem dou? Serei assim tão pouco para não ter a quem dar? Ou serei assim tanto que ninguém se chega para eu os dar?
Mas afinal para onde me dirigo, para mil e uma coisas que devo, tenho que fazer? Ou zango-me comigo por ter entrado nesse trilho fútil e fácil, onde sou a maior da minha rua, que só tem a minha casa?
Alguém me diga onde procuro por mim, alguém me empreste um espelho onde me procure! O meu está envelhecido e embaciado, preciso de uma luz que me guie, que me mostre que eu valho a pena como ser humano!
Alguém...

Maria

2 comentários:

  1. Gostei muito mesmo. Quase que dava para inserir um pouco da Tabacaria de Fernando Pessoa " Não sou na da, nunca fui nada, nunca serei nada...àparte isso tenho em mim todos os sonhos do MUNDO
    ...espero não me ter enganado, mas também estou sózinho, sem outro(a)para pergunatar se era assim!?
    azvix

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