quinta-feira, 11 de março de 2010

Dias...

Há dias absolutamente insuportáveis de “estar vivo”! Nesses dias não há sol, não há luz que nos demova do nosso caos! Tudo é preto de cinzento, pesado e dorido! Apetece tanto ter embrulhado na mão uma varinha que nos devolva a magia de poder ousar fazer um birra de criança, de família inteira, que nos devolva um ralhete como uma chamada de atenção à realidade do amor que nos dispensa dia após dia!

Hoje é um não dia!

Um dia que não devia estar nesse calendário que rodopia numa sequência infernal de processos infindáveis desse caminho, ou atalho que percorremos com essa meta morte no horizonte. Meta essa única certeza que verdadeiramente nos espera, já dizia o grande Poeta que "queria ir de burro".

É tão verdade, como é irrefutável que sem a brisa de alguém no ouvido, sem a melodia doce, ou o brilho do sol, o tempo apenas nos desperta um maior desespero perante essa impotência de vislumbrar uma esperança de voltar a ter. Ter! Sentir! Dar a mão! Um abraço!

Mas recordo e guardo-te sonho de verde-mar. Nem sequer me interessa que as minhas palavras não contem para nada, criem mais distancia, ou provoquem ironia, pareçam desajustadas, pirosas, morram em saco roto…. Sejam o mesmo de sempre, porque este é o meu jeito de ser!

Cada um gosta daquilo com que se identifica, bom é aquilo que dá cor à nossa esperança, ou consegue transformar em palavras aquilo que tanto queríamos expelir de nós, sacudir como um pontapé na vida para que finalmente vá em frente, e saia desse circulo merdoso de nada para nada.

Almas arrastadas por desamores, ou verdadeiras capacidades de manter um ritmo, um passada certa e certeira, que nos façam planar em cima do mar, sem nos desviar desse por do sol, que nos faz chegar dia após dia aquele regaço doce, que sempre sonhamos alcançar…

Desgosto ferido levo comigo para todo o lado, de o regaço esperado me ter falhado, nos primeiros anos de vida, embebedei-me nessa ideia que a falta de leite materno teria sido minha culpa, não da vida, da doença e da desunião!

Por isso sigo esse caminho”sem culpa nem desculpa”, para que as minhas culpas de sempre não me empurrem para esse abismo de sempre!

Dias…

Maria

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