sexta-feira, 19 de março de 2010

Prato de doce!

Preparei-te um jantar especial…De amor e desejo. As horas não passavam, inquieto e sorridente, abri-te a porta, mal ouvi o elevador! Como és bonita, Mulher!

Tenho tantas saudades do nosso tempo de namoro, onde viajávamos nesse projecto que construímos nessas manhas quentes passadas na cama que haveríamos de ter nossa. Como éramos unidos e cúmplices, nesse abraço fechado. Sonhávamos em não mais nos largar, nos filhos que haveríamos de ter, nos seus nomes, nas noites que haveríamos de escapar, para termos sempre o melhor de nós, do nosso amor. Juras de nunca nos perdermos de nós.

Casamos numa onda de esperança e carinho, embalados nessa paixão e desejo de uma vida em comum. Foi um dia lindo, um começo tranquilo e feliz de uma escolha consciente e de um projecto.

Como fomos felizes nesses primeiros tempos!

Nasceu o nosso menino, tão bonito, parecido contigo, só podia! Linda como és!

Abateu-se em nós um desgosto, que nos tem vindo a massacrar, torturar mesmo! O nosso Menino é doente, dizem eles com aquele ar tranquilo, tem um atraso!

Juntamos as nossas forças e há quase três anos lutamos para encurtar esse fosso, a que chamam atraso! Tantas consultas, veredictos, mas nunca desistimos. Ele já anda, já vai cantarolando umas palavras aqui e acolá, e acima de tudo corre para os nossos braços, num abraço que vale tudo!

Mas tu foste assim, devagar, devagarinho fugindo desse nosso amor, dos nossos momentos de entrega, onde mergulhávamos em nós. Como tenho desejo e saudades tuas.

Dói-me demais essa tua distância, essa recusa que sinto cada vez que me chego a ti, que te quero ter e tocar! Sacodes-me assim como se eu fosse um trapo, que passou de moda! Comecei por sentir uma dor, uma tristeza, que se foram acumulando em mim, tentei dar-te flores, lembrar-te de mim, falar contigo de nós, pedi-te, fui seguindo assim meses a fio, mendigando o teu amor, explicando-te irracionalmente a minha necessidade de te ter.

Parte de mim morreu naquela noite. Esperava-te com um prato de doce, o teu preferido! Feito com tanto amor!

A tua torta de sempre! Leite condensado com uma pitada de mel!

A nossa música tocava como hino e apelo ao melhor de nós!

Chegaste cansada já de mim, como sempre nos últimos tempos!

E em mim, no meu desespero, na tua recusa sem mais do meu prato de doce, nasceu esse monstro descontrolado, que matou o melhor de nós nesse estalo, que sem saber como voou de mim, e nos abateu!

Perdão para o resto da tua vida…

E nunca mais magoes assim quem amas!

Eu….Jamais me perdoarei!

No cobarde que me tornei!

M

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