segunda-feira, 4 de abril de 2011

Saudade

Tento escutar um som, um sinal, algo de ti. Perdi-te sem me puder dar a esse luxo. Vagueio entre um sorriso tímido e uma lágrima grossa à procura do que resta ainda cravado e encarcerado em mim de nós.
Vacilo entre continuar a lutar ou pura e simplesmente deixar-me ir, ao encontro dessa luz que me puxa como uma atracção que sei que será fatal.

Longes vão os tempos de seres saltitantes gravitando à minha volta, perante a hipótese de algo em mim que fosse sucesso, como sanguessugas ávidas de picar fosse o que fosse. Lentamente tudo se esvaziou, pois os tempos mudaram, o vento sopra noutra direcção.

Não sei se dói mais esse estrondoso silêncio, se uma mensagem ou outra como tivessem alguma compaixão. Momentos em que a luz do dia se funde nesse mar de angústia do silêncio da noite, que pelo menos sonho em voltar a ti. Em ter esse colo de braço forte, em que podia respirar fundo, porque estava protegida.

Nem sequer já me importa a ausência de notícias daqueles “habitués”! Devem ter receio que lhes peça algo. Assim como sempre me ensinaste nestas alturas é que vemos que temos uma ou duas pessoas, o resto é um deserto.
Ás vezes sorrio ao pensar se partisse abruptamente, como ficaria o que resto da alma deles perante o meu adeus.

Assim vou gravitando nestes sentimentos confusos de quem perdeu o norte.


Recordo sempre esses jardins que contigo percorri de mão dada, essa força que me davas, o brilho dos teus olhos.
Entendo agora porque me embaralhei em tantos atalhos e cruzamentos, assim como a fugir dessa mágoa maior que a minha força.

Mas vou assim lentamente afogando-me em nós!

Maria

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