quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"She"


Não carece de me justificar seja a quem for, até porque já quase que partiram todos. Podes achar que é um desabafo, uma queixa, uma lamúria, pois a minha lágrima não tem sal que te atinja. Sei disso! Gostas assim à bom/boa “portuga” de apenas…criticar.

Nomes/caricaturas/risos/olhares seja lá o que estampa a tua face/maldade, a esta hora, digo a ti, a ti e sim a ti também, que me estou nas tintas por achares o meu discurso desconexo. Claro que é! Textos…. Dizes tu!

Mas sabes têm alma, têm cor, têm dor. E sim tem sempre uma mão mágica de alguém que me dá colo, me pisca o olho, e que sempre esteve por perto, e estará.

O tempo corre contra/a favor as nossas dores, dores que vão ficando mais longínquas, e dores que me fazem tropeçar, quando o vento frio da realidade me visita de noite sem se fazer anunciar. Aquele imaginar de janela aberta em noite sem luar, onde o vento bufa no meu ouvido todos os meus falhanços e derrotas, tantos que perco a conta, no descontrolo da bulha se acordo e o sacudo, se me deixo embalar por essa dor surda, de saudades de Mãe/Pai/Tio. Tento, esforço-me por ver vitórias/sucessos/alegrias que me arranquem desse sono confuso/difuso onde me perco e afundo.

Dias dizes tu que de mim gostas, momentos que passam.

Sonhos/pesadelos que me vão afastando desse circo social onde as gentes se abanam e sacodem ao ritmo de infernal de sei lá bem o quê.

Essa carapaça que se vai colando a nós, essa irritação de julgamento fácil e impune, onde não alcanço metade de mim, ou do meu reflexo. Não me quero por em bicos de pés, sou de saltos baixos, a minha face ainda ousa corar, de quando em vez. Apenas sei que tu sabes a minha dimensão, quando me dás a mão entrelaçada do meu passado todo.

Sei que estás sempre por aí. Aos outros perdoo de coração o mal que me fizeram carregar, sem que alcançassem o buraco onde me debati para crescer/aprender a sobreviver.

Contigo navego na emoção de digerir as minhas dores, e troca-las por pequenas alegrias.

Não isso não corresponde à minha verdade, não me faço de triste, nem tenho prazer em parecer triste, busco apenas o meu eu.

Assim vou seguindo…

Pelo menos com verdade!

Maria Sá Carneiro



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