sexta-feira, 20 de abril de 2012

Palavras!




Parece que passaram anos e anos desde a última vez que aqui me sentei, este era um local repleto de barulhos, toque, apitos, um local infernal de barulho e vozes. Hoje estou aqui sozinha, estranha em mim, vazia e oca. Este silêncio que outrora tanto procurei, hoje abate-se em mim, paralisa-me o pensamento, Faz já algum tempo que isto é assim, mas por muito que tenha tentado voltar aqui, não tenho sido capaz.

Pelo silêncio, pela dor, e acima de tudo pelo medo de expor aquilo que sei que não serei capaz de ultrapassar.

Este silêncio colou-se na alma, tem um efeito insuportável, maior do que eu.

O pânico de mais más novas, a certeza que nada mais voltara a ser como dantes, trouxe-me hoje inexplicavelmente de volta aqui, ao meu antigo posto.

Talvez hoje seja de facto a despedida, o último adeus.

Sonho de ti, do teu colo, recordo esse teu sorriso, mas também esse teu ar autoritário e austero. Desfiles de algumas caras de sempre exibem-se pela noite dentro, naquilo que já foi como lhe chamavas uma boa tola. Viajo noite fora com tantas recordações da minha infância. Infância mais ou menos dura, mas sempre havia alguém, que nos socorria, nos ralhava e nos ia amando.

Sei como cheguei aqui, mas não sei sair, não tenho essa tua força para vislumbrar essa luz que apesar de ténue, tu nunca hesitarias em seguir. Aceita-me uma vez que seja assim falhada de mim. Mas ainda e sempre presa a ti.

Não esperava fanfarras nem burros, mas também esperava mais de mim, das minhas escolhas, e nessas eternas juras de amizade, em que sempre foi anunciado que nunca tombaria sozinha.

Sim sei que não interessava, palavras leva-as o vento, e o resto também.

Sim estou desprendida de mim, e pronta…para te ver!

Maria





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