terça-feira, 20 de outubro de 2009

Chuva!

Não sei o que me faço, ou desfaço. Sinto a morte rondar-me. Será loucura?
Ou será da chuva? Esse intermitente bater da água no meu vidro que chama por mim.
Hoje sim, precisava de me purificar, lavar a alma, arrancar do corpo esse feitiço da terra, que por vezes me consome. Fico assim como na tona, flutuando no meu lodo, naquelas experiencias que vivi em nome da liberdade!
Qual liberdade? Desespero de gente nova, que não sabe dar nome ao amor! Gente que passa deixando um rastro de desamor, meninos e meninas que não tiveram direito ao peito da Mãe, ao colo doce junto da lareira, ao simples puxar dos lençóis, e ao beijo de Pai.
Essa raiva que se acumulou desperta a cada nova história de gente mal amada, transporta-me para a infância que amava ter tido, reconheço até, que me faz muitas vezes zangar comigo e com o mundo!
Gestos simples, carinhos imensos que nos fazem dar passos seguros, neste trilho da vida.
Este vacilar ou inconstância proveniente de vidas mal amadas, levanta-me sempre a dúvida.
Será assim tão complicado amar?

Maria

Fotografia - Manuela de Sá Carneiro
Música escolhida para o texto pela Luísa
George Harrison - "While My Guitar Gently Weeps"

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