sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Magia!





Não te assustes! Não é mais uma carta cheia de pedidos, presentes e mais que tais.

É apenas um desabafo, nesta tua época, em que toda a gente chama por ti, para a habitual mega distribuição de tudo e de quase nada.

Hoje dormi embalada pela tua magia, num sono calmo e sereno como há muito já não dormia.

Reconfortada num sonho pleno de magia, amor e recordações!

Sentada no teu colo, ouvia com toda a minha atenção uma história de encantar, onde tu me contavas o caminho que eu iria percorrer. Como era bonita a tua história, no teu colo doce e quente.

Afinal eu iria encontrar o que todos procuramos, um colo, um sítio ao sol.

E a tua história foi verdade, só não foi para sempre.

Esse amor que vivi em pleno e guardo no meu peito com a força que ainda me resta, contra toda a lógica de todos e mais alguns, talvez tu, Pai da magia, me entendas!

Que esse foi o meu lugar ao sol, essa foi a luz que me guiou por esse jardim, onde me abraçaste no sonho, cheio de flores e carvalhos fortes, onde a brisa corria com um murmúrio, onde o meu nome viajava colado ao teu.

Que o que entendo como o lugar ao sol, não é esse sucesso que quase alcancei, porque nunca foi isso que me fez correr. Fiz um percurso de gente nova, mas não para ser brilhante, apenas dar voz e luz àquilo que amo.

Esse amor deixa-me ainda hoje muita saudade, e sofrimento, mas não me arrependo, escolhi assim, viver com esses pedaços de mim e de nós, guardados e gravados na minha alma. Não me misturo com pedaços de outros, como muitos, em muitos.

Mas sabes? Não me sinto menos do que eles, porque ao menos sou eu própria, e não estilhaços de noites rápidas ao estilo “faroeste,” podem rir-se, dou isso de barato…

Por vezes embrulho-me em desânimo, nalguma tristeza, mas continuo o meu caminho, que não é ao sol. Vou seguindo assim a sombra, discretamente, com pouca gente que me entende, porque o que está na moda, é viver para a frente, com muitos anúncios e dourados, misturados entre muitos e em muitos.

Mas não procuro que me entendam, aliás nem o espero. Apenas presto homenagem ao amor verdadeiro, nem que dure apenas o tempo, de um abraço forte e único de dois corpos, duas almas e dois corações num só!

M
Fotografia - Manuela Sá Carneiro
Robbie Williams - "Eternity"

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