quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Todo o tempo!




Aqui sentada no meu lugar, conquistado com serenidade, penso docemente em ti! Como eu gostava de poder fazer o tempo recuar até àquele dia, em que me tornei tua e para ti.

Não sei como o tempo passou, assim a correr, pois eu fiquei congelada nesse instante, naquela entrega doce e súbita!

Como poderia imaginar que ia ficar embrenhada em ti, sempre com sede de ti…

Querias fazer-me tua princesa, nesse mundo só nosso. Gravei na minha alma a tua expressão de entrega e paz.

Mergulhavas em mim cheio de paixão e desejo, ao mesmo tempo que me davas colo, e afagavas o cabelo. Como me fazias sentir bem…

À minha inquietação por ti, calmavas-me com o teu “todo o tempo do mundo”, como eu queria que esse tempo voltasse.

Sonhei de ti toda a noite, procurei-te na minha cama, agarrada à minha almofada de criança, tive frio, precisava do teu abraço forte, do teu sorriso doce!

Nunca vou entender porque foste assim partindo, de mim, de nós… se ao mesmo te visse feliz e realizado.

Às vezes zango-me comigo por estar ainda hesitante, entre esse ninho de amor e essa tua partida sem explicação aparente, mas confesso as minhas saudades de nós.

Nunca serás só uma recordação, porque foste uma esperança de uma vida melhor, um projecto de amor, porque me galvanizaste para essa forma de amor, incondicional.

Disse-te que ao me tomares no teu colo me farias tua…de sempre e para sempre.

Lembras-te?

:))

M
Fotografia - Manuela Sá Carneiro

A música fica para a Luísa!

- pois aqui está ela:
Djavan - "Nem um dia"

5 comentários:

  1. Quando, depois de um silêncio inexplicavelmente prolongado e no peito amordaçado, se perde alguém, sem querer perder, por indecisão ou medo, sentimos uma dor incomum, que tudo faz doer!
    Sentimos vontade de gritar, mas ao mesmo tempo escondermo-nos, correr, mas também ficarmos quietos...
    Loucura?! Talvez... Mas há quem lhe dê outros nomes: decepção, indiferença, desilusão, desamor... ou até mesmo esquecimento!
    Às vezes, basta que demos um passo e estarmos presentes, para amenizar essa dor que causamos e tudo se apaga na memória dolorosa que restou desse tempo. Se nada se fizer... o que fica?!
    Apenas lembranças e... saudade! E aí nada mais há a fazer a não ser esperar que o Tempo se encarregue de tudo para tudo esquecermos.
    Desejo que tenha força para dar esse passo, já que nunca se sabe se esse amor continua à sua espera.
    Felicidades!

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  2. Caro ou Cara Anónimo/a:

    Utilizou palavras que eu gosto particularmente:

    " Loucura" "Desamor" "Saudade"

    É certo para mim, que às vezes perdemos "pessoas", ou largamos a "mão".
    Afinal somos todos humanos.... Como tal erramos ou cometemos um engano, ou simplesmente a vida embala-nos noutra direcção, ou nada disto.
    Certo é porém que nem todos os passos dependem de nós, mas desde que continuemos a dançar, passo a passo, vale a pena a vida, o amor e o desamor!

    E obrigado pelo seu comentário.

    :)

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  3. Cara Maria,

    Passava apenas por aqui, quando coloquei o meu anterior comentário.
    Volto hoje a passar (e provavelmente até poderei voltar mais vezes, quem sabe?!) e pelo que escreve neste texto e o último, "Amor", verifico existir um forte elo de ligação entre ambos, quiçá dirigidos a uma mesma pessoa, relatando maneiras de sentir quase iguais entre o desejo, a saudade, a despedida!... Em todas essas emoções há sempre um pouco da nossa loucura, entre o que queremos e não queremos, entre o que sentimos e não desejamos sentir...
    Volto à palavra loucura (que tanto lhe agrada!) e entendo que nos seus textos há uma ânsia enorme em resolver um "problema" que a apoquenta: procura o amor, sabe bem onde ele está, mas contudo não deixa de lhe largar a mão ou permite simplesmente que a vida a embale... em passos de dança entre o amor e o desamor!!!
    Talvez esteja a começar a perceber que nessa dança existe aquilo que eu chamo de Amorizade, a outra vertente do amor numa amizade.
    Creio que é mesmo isto que não quer perder... o amor pode acabar na paixão de uma amizade.
    Concorda comigo?

    Devo dizer-lhe que acho a sua forma de escrever uma delícia pela fluidez que tem, mas entendo que está à procura de se redimir de algo que ainda não descobri, mas que me espicaça a curiosidade. Proponho-me voltar e segui-la, se me permitir entabular este tipo de diálogos consigo, claro!

    Felicidades!

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  4. Olá boas a quem quer que sejas!

    Não concordo!
    Amorizade parece-me um conceito indeterminado de quem não possui loucura suficiente para desejar à loucura, para se perder de paixão à loucura...
    Escrevo porque me faz bem, porque preciso de me perder para me encontrar, porque o amo fazer!
    Assim vou dançando entre a alma e o coração, de boleia com os meus pensamentos!
    "Pendentes" todos vamos tendo, ao som seja de que dança for! Em quase todos os campos da nossa vida.
    A minha ânsia é mesmo a vida... Seja ela de loucura ou de miserável loucura.
    Diálogos de ideias são sempre uma "delícia".

    Beijo

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  5. "A minha ânsia é mesmo a vida..." !!!!

    Hum... meto-me nessa conversa, e peço desculpa por isso, mas não posso deixar de te felicitar por teres mudado!

    Ainda bem... ainda bem! De loucos todos temos um pouco, de miseráveis, nem todos e mesmo esses nem sempre!!!! :o)

    Carminda

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