terça-feira, 12 de outubro de 2010

Deixas?

O tempo passa e já não me imagino sem o teu sorriso. Lentamente colei-me à tua pele, viciei-me no teu cheiro, o meu olhar inquieta-se quando não te encontra. Cada dia que passa sem te ver é um sofrimento para mim, circunstâncias da vida não nos permitem esse abraço cada vez que o coração aperta! Prosseguimos esse sonho sentido, desse jardim onde me embalas, onde me debruço sobre o nosso amor pintalgado de verde-mar, de suspiro em suspiro vou-me libertando dessa tensão e pressão que a vida nos impõe cada vez com mais intensidade. Apenas sossego no teu colo doce, onde a nossa música toca esse bater quente e lento. Contigo revisito o melhor do meu passado ido, as gargalhadas e traquinices de miúda carente, que tanto tentava chamar a atenção em busca de um pedaço de mimo.
Contigo sorrio e recupero essa garotice embrulhada em jogos de amor recíprocos pela noite fora. Como sonho e ambiciono recolher em ti nesse mundo só nosso, em que o tempo é apenas a diferença da luz do sol para o brilho da lua, nesse abraço nosso/fechado, nessa onda de tranquilidade que me invade no presente e me dá esperança de um futuro melhor.
Essa esperança em harmonia misturada na tua ternura do teu sorriso aberto dá-me alento para contornar essa luta desigual e contínua, nesse crescimento que me assombra de lembranças tristes.
Bem sabes que os rasgos de genialidade são o reflexo da travessia que percorro na minha escuridão interna que tanto detestas!
Sei que me tomas e me assumes como sou, sempre a sacudir a minha inata tristeza, que é tão minha como o meu nome.
Um dia destes deixas-me escrever umas linhas cinzentas pintalgadas de negro para eu expurgar as minhas dores antigas?
Logo de seguida sigo sonhando para ti!
Prometo!

Maria Sá Carneiro

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