quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Silêncio!




Esta palavra acordou gravada/colada a mim. Infiltrou-se na minha pele, tatuou-se na minha alma. Não sei se é o cansaço/desânimo, a tua falta Pai que me deixaste tão cedo, se é mesmo o estado geral de tudo/todos, nos extremos das tias loiras de BW cheias de arrogância e oiro, ou se és tu Mulher!
Mulher que ar tão tristonho! Mulher de hoje e de amanha, carregada com esse peso maior do que tu, com esses “putos” tantas vezes insuportáveis de ranho /ira, que tudo exigem de ti. Esse teu ar com o aro dos óculos partido corta-me o coração. Talvez também veja a minha imagem reflectida!
Essa palavra silêncio não descola de mim. Não quero falar com ninguém, ouvir essa surdina permanente desse telemóvel que não se cala, esses meios altamente electrónicos que nos acabaram com aquela sensação confortável de fim de dia. A toda a hora é hora de lamentos, exigências, pressões e mais que tais!
Massacrada por essas etiquetas que nos atribuem como se fossemos vacas Cornélia dessa pseudo sociedade rota, um nome dá “direito” a uma porcaria de rótulo, com código de barras/críticas. Beta/betinha que pasmam por saber limpar merda. Merda de tempos isso sim!

Queria puder ajudar-te Velho que cruzas a rua com esse ar tão abandonado… Carregas esse saco de compras pesado, onde vendes os teus biscoitos de sempre, na esperança que te sorriam, que te comprem um pedaço de vida, que o tempo te tira com dor e sofrimento. Admiro a tua habilidade/necessidade de inventares tantas histórias para eu te arrematar o fundo do teu pesado saco de vendas caseiras. Sim sei que foste operado, sei da placa que te puseram na perna, mas também sei, como tu sabes, sábado após sábado fingimos não saber, para que te oiça mais uma vez…. Continuo por aqui.

Tanta gente precisa de um olhar, um toque, um carinho, a todos esses queria chegar! Sim sei que me lês e pensas que parvinha a armar-se em boazinha. Achas?
Sabes para onde te mando?
Sim é verdade, silêncio! Parece mal!
Onde fica o nosso pedigree pal? Que maçada!

Desculpa este desalinho. Estou siderada com este silêncio. Essa onda gigantesca que se apoderou de mim, talvez vinda do além, já que por estas bandas não se vislumbra ninguém.

Queria mesmo ajudar-te Mulher! Dar-te a mão nessas noites onde as horas passam e não alcanças sossegar, nem um minuto!
Queria puder comprar como está tão moda os teus sonhos, queria afagar-te com aquilo que sonhas ter/receber, essa ambição que tantas vezes se apossa de ti para esconder a tua verdadeira dor do que não alcanças sossegar, desse desequilíbrio/equilíbrio, que apenas não é mais do que sofrimento.

Sei lá eu!
Silêncio!
Não te esqueças...Que autorizaste estas linhas!:)

Maria Sá Carneiro

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