quarta-feira, 14 de julho de 2010

Deixa!

Procuro uma brecha de luz nessa escuridão! Anseio que amanheça! Já nem me preocupo que não entendas a minha dor, que não alcances o meu buraco preto/cinza, que se me tatuou na alma desde bebé! Quero lá saber que aches que só me lamento no meu choro, que tudo pode ser simples, porque simplesmente eu não sou essa. Procuro a verdade, a simplicidade é uma característica inata. Como te posso fazer entender a minha solidão de sempre, quando me recusas um beijo, só por não entender que te maces quando não faço o que achas melhor para mim!
Não é simples esse entendimento que primeiro estou eu! Porque jamais o sentirei assim, tão desgarrado de sacrifícios, isolado de vícios, apenas o melhor para mim, O que me move é o melhor de mim, o melhor que tenho para dar, alicerçado na verdade, na generosidade, de ainda me puder dar ao luxo, de viver com verdade. Nesse desvio permanente que nos rodeia, torneia, e tenta dobrar para o facilitismo instalado, ao qual me recuso a vender!
Queria poupar-te ao pior de mim, mas é como uma promoção, vem incluído no pacote, e por mais que tente não consigo afasta-lo. Tentei colori-lo, pintalga-lo com uma ou outra piada, mas às vezes não consigo disfarçar.
Custa-me escrever estas linhas, queria proferir declarações bonitas, com cheiro a maresia, embaladas pela limpidez da água e a força do mar! As lágrimas escapam-se assim insurrectas, à minha postura irreverente e despreocupada, de guerreira insaciável por uma briga pela verdade, nesse balanço de podridão, desse mundo prepotente, que só se move pelo sucesso pessoal, pela carreira, mesmo que seja à custa do próximo. Eu não sou essa lutadora incasável, sou uma pessoa simples, de causas justas, desprotegida pelas partidas antes do tempo, e pelas más escolhas de figurantes vilões!
Queria ser feliz por ti e por mim, para que me sentisses mais “normal”, mais sei lá o quê!
Queria sentir esse direito ao queixume moribundo tão em voga por aí, queria… Sabes? Queria apenas ser pacificamente calma, ter essa habilidade de não me destacar de nada nem de ninguém, ser mais uma entre tantos. Aprender a escolher esse caminho aparentemente mais fácil…
Queria abrir-te a porta da minha alma, revisitar contigo esses recantos mais ou menos sinuosos em mim, para que não te restassem dúvidas, que não tento vender-te o software sem antídoto, que não sei ser assim como preferes. Mas que vivo pela verdade, doía ela a quem doer.
Confuso? Também acho!
Deixa…o sol acaba sempre por nascer…
Maria Sá Carneiro

Sem comentários:

Enviar um comentário