segunda-feira, 26 de julho de 2010

Viagens!

Cada dia que passa vou-me esvaindo em mim. Desilusões as que provoco, e as minhas. Ainda não entendi quais são as que me ferem mais. Cansada dessa critica implícita, velada, ou talvez o problema esteja mesmo é em mim. Desses dias que saltito de exame em exame, desses sucessos que no fim das contas, nada mais são do que insucessos histéricos. Tacadas sempre altas demais, previsões e derrocadas interiores que no fundo ninguém quer saber. No fim cada um vai seguindo o seu caminho após de se ter abastecido com o que lhe fazia falta. A alegria é mal entendida, o rebentar dessa pressão que te vai espezinhando em ti própria. Não mereces um sorriso de ternura mas sim de censura, pressinto que às vezes bastaria um beijo e um sorriso para afagar a alma dorida. Assim vais te sentindo encurralada para dentro de ti, a idade em que irias vencer já muito que já a viraste, as façanhas de coragem já não rezam para a história. E esse aperto no peito cada vez te sufoca mais. Escolhes estas linhas para te abraçares, para fluíres de ti para ti, mas nem isso devias fazer, estás a expor-te demais, não se escreve em tons de preto e cinzento! Não sei pintar a cores, isso é um grande handicap! Assim cada vez te vais sentindo mais à margem, como um náufrago de ti mesma, com uma diferença, estás a ficar chata, e pesada, nesse mundo pseudo cor-de-rosa, és um queixume incómodo. Já nem os miúdos te acham piada pois cresceram muito espertos e cientes das suas maravilhosas razões e sabedoria a pacotes. Assim te sentes impiedosamente a mais, nesse mundo onde já eras. Embrulhada nestas confusões/desilusões, ainda teimas em escrever, o que certamente irá ser mais um motivo de discórdia! O tempo arrasta-se e tu lá vais prosseguindo com um sufoco /aperto no peito, a noite pesa-te, essa dor rouba-te o sono, agarrada a essa almofada de sempre, temes o pior. Não alcanças a luz de qualquer futuro que julgavas merecer, um abraço que tanto foi objecto dos teus sonhos e tanto te prometeram. Acabas sempre por te deixar embalar, quando já devias saber que esse colo roubado na altura cera, não é recuperável Assim como tu!
Rende-te à tua solidão e não lutes mais!
Entrega-te a esse estado que a tua vez já passou, perdeste esse comboio, como algum sábio te avisou, quando entraste no apeadeiro errado…
Maria Sá Carneiro

2 comentários:

  1. segue em frente com esse sorriso largo e verdadeiro!
    bj grande ;D

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  2. "Não sei pintar a cores, isso é um grande handicap!" Com a sua força, creio que muito rapidamente poderá suprir esta falta.Francamente irei comemorar quando lhe for atribuído tal diploma

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