segunda-feira, 10 de maio de 2010

Colina!

Nunca entendo sequer a origem do meu nome, quanto mais a razão da minha existência! Sei desde sempre que a essa que meus pais chamaram de Diana teria os dias contados! Esta foi a minha certeza de sempre.
Nunca consegui sentir aquilo que me queriam obrigar a sentir, felicidade. Como se pode exigir a alguém que seja feliz, sem lhe saber ler a alma, ou escutar o uivo da dor de abandono de colo em forma de leite materno. Posso parecer histérica pouco me importa, na realidade estou-me nas tintas para todos vós. Quando leram estas linhas espero que no mínimo se sintam pequenos como me fizeram sentir todo o tempo que me fizeram passar com vocês, nesse falso embrulho doirado, a quem pomposamente davam o nome de família, nas festas em que me “mostravam” por aí.


Subo essa colina que sei sem retorno, avisto-te ao longe, sentado numa pedra grande que te faz parecer um pequeno grão, que basta sacudir do olho. Velho assim sentado, mas de postura escorreita, carregado de dignidade, que tanto procurei toda a vida. Serás mesmo real? Será que me esperas?
Sempre te procurei com uma avidez, que me salvaria de partir!
Fico embaraçada perante a tua imagem de fortaleza, pela primeira vez lamento ter partido embrulhada em tanto sangue daquelas balas, que me libertaram desse sofrimento que não consegui superar. Sempre ouvi dizer que partir sem viagem marcada era cobardia, mas sempre o senti como um acto de lucidez e de coragem. Que importa a razão? Só quero que me escutes!


Jogos e jogos de palavras tantas vezes disparadas reactivamente, perante a futilidade e falta de imaginação de quem merece melhor. Somos tantas vezes fracos no embalo do amor, tantas vezes confundimos o verdadeiro sentimento, com o sentimento de posse, ou o desejo de dar o melhor, sem olhar ao que o outro precisa de receber. Assim gravitamos como baratas tontas, quando por vezes bastava um gesto!
Um sorriso aberto, um abraço sentido!
Enfim palavras...

Maria Sá Carneiro

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