domingo, 30 de maio de 2010

Palavras...

Vagueio por esses corredores do centro comercial, os meus olhos vêem famílias “inteiras”, aparentemente normais, ou seja, supostamente felizes, como alguém muito especial me disse uma vez, é isso que os seus olhos querem ver. Eu acrescento precisam de ver.
Nessa necessidade interior e exterior que se me entranhou de trabalhar, no fim da noite percorro mais uma vez esse caminho até ao carro. Não sei de mim faz tempo…
Parece ser tão fácil viver nessa normalidade, de vida das tantas às tantas, com dias e horas certas, para viver de verão a inverno. Encanto-me sempre com esses casais já de idade, que de mão dada se levam um ao outro. Afinal não procuramos todos esse tão falado amor incondicional dos filmes das tardes lentas de domingo.
Esse amor que não tem distancia, barreiras, para o melhor e para o pior. Repetimos modelos que interiorizamos da nossa infância, ou fugimos deles a sete pés, mas de um jeito ou outro se não pararmos para pensar, seremos prisioneiros deles, sempre!
Admiro-me com essa critica sempre pronta a sair, esses julgamentos de entendidos/as, que sabem sempre o melhor para nós. Vivemos afinal num mundo de especialistas. A crítica é e será sempre construtiva, não é a essa que me refiro, falo da paleio fácil, de quem apenas nos viu algumas vezes passar, e tudo parece saber sobre nós.
A minha dúvida balança se por acaso as pessoas fazem alguma ideia do que às vezes magoam o próximo? Tenho algumas palavras e frases que se me ficaram gravadas, como se de tatuagens se tratassem, “vai passear”, “beta”, “mal-educada”, “mimada”, “achas que és capaz”, “escolhes ser triste”…etc. etc. etc.
Somos um mistério até para nós próprios demasiadas vezes, há coisas que nos magoam sem que haja ou justificação para isso pela pessoa que as emite, ou por serem mentira. Provavelmente tem apenas a ver com o “golpe” que nos é dado quando estamos a dar o que temos, sem nada querer ou pedir em troca.
Chegou a hora de parar de procurar a razão que me roubou essa alegria que tantas vezes me visitava e era tão contagiante, e aceitar que o tempo passa, que critiquem, mas que saiam da frente, porque aqui vem gente.
Gente que vive com verdade, e que nunca irá desistir dela a troco de coisas fáceis!
Escrevo o que imagino, o que vivo, o que sinto nas pessoas que gosto, e o que vislumbro e sinto por aí.
Quem és tu para me julgar?
Maria Sá Carneiro

4 comentários:

  1. um dia um amigo meu escreveu assim no seu blog:
    "estão todas lá
    palavras que podem fazer de mim
    algo mais do que um escritor ou poeta fingidor
    mas decifrar o meu código de talento
    é o tom cruise que não tenho"
    continua a fazer o que mais amas.
    continua a escrever.
    bj grande amiga

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  2. Beijo grande Lu
    E tu és a pessoa que mais me incentiva a escrever. Obrigado.
    beijo grande

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