segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cabana!

Anunciaste-me durante todo o dia que me aguardavas com uma surpresa. Reconheço que foi mesmo uma grande surpresa. Indaguei-me ao longo do dia no que seria. Nessas pequenas ilhas temporais em que consigo recolher-me em nós, no meio da azáfama do dia de trabalho.

Mal abri a porta do nosso refúgio deparei-me como uma decoração vanguardista. Tinhas construído dentro da sala, uma cabana. Como consegues no meio de tantas contas e números, fugir assim para nós?

No meio do meu estado de estupefacção, vislumbrei o teu sorriso aberto e franco, o brilho dos teus olhos esverdeados de mel! Como queria ter essa tua força para fugir para dentro de nós, em vez de fugir em frente. Mergulhar no melhor de nós, em vez de me arreliar tanto com as contrariedades.

Ainda me sorrio e me perco nessa surpresa de amor que só podia partir de ti. Como me sinto mais leve, mais amada e mais completa. Que noite de amor e de cumplicidade!

Queria ter essa disponibilidade constante, nessa inconstância que só em ti conheço. Nunca encontro em ti mais do mesmo, mas sempre mais e melhor. Esse balanço desequilibrado que me envolve e me faz querer-te sempre mais e mais. Contigo aprendi a voar, mesmo que sentada no nosso jardim de sempre, a planar em cima do mar num pequeno passeio de carro, já noite adiantada, para ver a lua esplendorosa em cima do mar a meio da noite mesmo assim de pijama e tudo!

Ainda oiço o teu murmúrio doce na história que inventastes para me embalar, como vibra a tua voz de emoção, nesses pequenos contos, misturas de colo e dor, recordações de infância dorida mas vivida, repleta de amores e paixões de quem viveu desde o amor ao ódio.

Assim me prendeste nesse balanço doce sempre pintalgado pela tua saudável loucura de nunca te renderes a essa rotina que nos vai tornando indiferentes ao melhor de nós!

Sigo sempre nessa viagem de nós contigo!
M

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