sábado, 24 de abril de 2010

Sempre!

Procurei em toda a cidade mas não encontro a tua fábrica dos sonhos. Vou jurar que fui direita à rua que me falaste. Sei que não me enganei, tal e qual como me descreste. Uma rua estreita de bela, povoada de carvalhos lindos e robustos como tu. As casas alinhadas na perfeição como a tua habitual exigência. Pintadas de cores discretas como tu, muros de granito, gente com aparência tranquila, sem pressa, mas determinada. A rua só podia ser aquela, o sol devagar devagarinho ia se deitando no horizonte, pintalgando o céu de laranja/azul/celeste/mel!

Ao fundo nascia a lua esplendorosa e pujante, era o cenário perfeito que tantas escutei no teu silêncio brilhante, na tua expressão serena e expressiva do teu olhar. Sentei-me naquele banco do jardim que sei que era teu de direito, fui olhando calmamente de casa em casa, tentando vislumbrar o tão desejado sonho. Conseguia ouvir o teu murmúrio doce, aquele apelo que guardo na minha alma até hoje, que iria ser feliz. Os pássaros chilreavam embalando-me assim de suspiro em sorriso, ao recordar-te.

Percorri a rua de lés a lés, na esperança de te encontrar, escutei as nossas conversas de sempre e para sempre. Lembrava-me de cada detalhe da tua descrição. Estavam lá todos os pormenores do nosso passado, arco-íris de abraços fechados, maresia de conversas francas que muito me ensinaram, a ser assim simples e disponível para amar.

No fundo sabia que o sonho estava era mesmo dentro de mim, vivo em nós, nesses momentos que fizeram de mim, uma pessoa melhor.

Vou guardar-te para sempre, e continuarei a visitar a tua fábrica dos sonhos!
Maria Sá Carneiro

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