sexta-feira, 16 de abril de 2010

Símbolos!

Aqui sentada no teu jardim de sempre, no recanto que tão genialmente alcançaste construir para as minhas conversas escritas, sinto essa brisa fresca que és na minha vida. Como o teu amor é capaz de me impelir para a vida e me resgataste da minha própria morte. Com uma doçura firme me retiraste desses atalhos em que eu me enrodilhava, para calar a minha dor. Dor de desamor, dor de amores excessivos, sem sequer serem dignos desse nome. Aqui nesse meu mundo, que me deste com tanto carinho e sem nada pedir em troca, sou finalmente, Eu!

Serena como jamais pensei ser, tranquila, busco em nós a minha essência de criançola desavinda com o mundo, faço como uma marcha a trás tranquila, sem medo. Já não brigo de noite com a criançola que há em mim, mas ainda a sinto entrar no quarto.

É um arrepio que lentamente me percorre a espinha, mas já não a temo, sei que posso contar incondicionalmente com o teu esperado colo. A criançola ainda tentou abater em mim essa esperança e alento que nasceu. Sem êxito algum! Assim sigo com os meus botões no teu/nosso recanto, polvilhado aqui e acolá com a tua alma criadora, de quem sempre esperou a minha chegada. Como se a vida te tivesse embalado para este momento, absolutamente mágico. Contigo aprendi que não carece mais nenhuma prova que mereço viver, consigo finalmente interiorizar que não há razão para me dirigir para a minha morte, porque isso jamais os trará de volta. E mais importante do que tudo, eles querem que eu viva em nós.

Assim devagar tomo consciência que nada devo à morte, mas que devo a todos esses que a vida tolheu de mim, viver por eles e em eles, através de nós. Aqui vou pensando lenta e docemente nos nossos símbolos, preciosas muletas das minhas internas e eternas feridas.

E no fim de cada correria diária, volto a nós!
Maria Sá Carneiro

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