segunda-feira, 12 de abril de 2010

Verde/verde!

Por muito que tente fugir de ti, desse teclado que me chama, me puxa, para que te escreva e me organize. Páginas e páginas de direito de trabalho, horas certa de mostrar a suposta sabedoria não são o suficiente para me motivar. A necessidade como um murmúrio doce de nós, num balanço quase sistemático de fugir à loucura. Loucura que só valorizas quando ela te enche de beijos, te mostra o caminho das estrelas, envolvido nesse brilho da lua reflectido no verde-mar. Loucura que não exclusivo de uma secção para melhor uso de nós, loucura palavra que tanto medo causa, e que eu tanto gosto.
Loucura/paixão, loucura/dor, loucura/sede, seja ela loucura é o que me basta! Como algo puro que pode ser uma onda de mar salpicado com gotas de algodão doce, ou apenas água gelada e salgada, que imediatamente me transporta para a realidade da minha própria prisão em que me fiz órfã de mim mesma. Lamúrias e risos vão-me arrastando por essa calçada onde não encontro quem procuro. Mas realmente saberei o que procuro?

A ti encontrei-te quando menos esperava, assim do nada e no tudo! Deves pensar que já tive dias mentalmente mais saudáveis, diria que oscilo na fronteira de me perder de vez, e de te encontrar, loucura! Dirás com alguma censura mental, que tenho a mania. Talvez tenhas razão, mas confesso-te se fosses capaz de entrar na minha pele, entranhar-te na minha alma, escutar o meu pensamento, certamente me dirias que não sou assim tão inconsciente no que toca ao vibrar do mundo. Reconhecerias que estou atenta, sempre na observação, hilariante demais, critica demais, mas sempre disponível para dar aquilo que me falta, e àquilo que não fui capaz de alcançar em criança. Entenderias que estruturar a nossa essência, o nosso crescimento no meio de amor/ódio é algo tão complexo, como naquilo em que me tornei para não me entornar.

Está sol e uma brisa agradável, sonho que tocas à minha porta e me levas deste labirinto, onde já não quero estar. Me entrelaças a mão, como quando era criança. Voltas já com o peso da idade, cabelos brancos, mas sempre lindo! Levas-me a passear à beira-mar, contigo volto a sonhar que um dia terei a tua força e coragem, a qual sempre comparei a esse mar, onde privo contigo para sempre.
Verde com verde!

Maria Sá Carneiro

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