segunda-feira, 31 de maio de 2010

Apenas eu!


Ter saudades é como uma pequena comichão na alma, um arrepio no coração, um peso adicional nas costas já cansadas da correria. Não é gostar de ver, é precisar de ver, sentir, tocar, aspirar esse cheiro próprio dos nossos amores. As minhas Filhas tocam-me sempre, quando me dizem cheiras bem, cheiras a Mãe!
Amar é querer ver o outro feliz, nem que isso implique a nossa tristeza, ou o nosso afastamento. É desejar que quem está inevitavelmente condenado a morrer por doença, parta depressa, para não sofrer mais. É tanta coisa amar realmente alguém, e no fundo apenas pequenos momentos, um beijo, um abraço, um olhar, uma festa ou um mergulho em verde-mar.
Ao longo da vida vamos perdendo pessoas importantes e que amamos muito, é uma tarefa dura, aprender a viver sem eles e para eles.
Gosto de escrever, alivia as minhas dores e organiza-me o pensamento, se é que isso é possível! Apesar de gostar de publicar, estranho algumas reacções de quem julga que entende do que falo e de quem falo. Às vezes nem eu sei bem do que falo ou de quem falo, que importa isso? Não ofendo ninguém!
Não escolhi ser triste, não suporto é meias verdades, ou mentiras, assim vou fazendo este exercício de pensar, pensar e pensar.
Procuro a minha essência, que sei ter sido adulterada por um péssimo casamento, com alguém mal formado, tinha eu apenas dezoito anos. Assim condicionei uma boa parte da minha vida, tendo claro duas filhas que amo muito.
Não procuro que me entendam ou me consolem, procuro por mim, estranho-me muitas vezes, sendo essa estranheza muitas vezes pintalgada no meu escrever. Tem muitas vezes cor de verde-mar, esperança, como tem dor, cinzento, preto. Nem sempre escrevo de mim, mas sempre para mim, sendo certo que tem sempre pedaços da minha alma. Quer se goste ou não!
A razão de eu escrever estas linhas foi um comentário no blog, a falar de compaixão, por mim mesma, fiquei arrepiada, não me considero nenhuma desgraçada, apenas alguém que não quer cair na sua própria desgraça. Tanta gente tem uma vida mil vezes pior do que a minha, não me queixo, reflicto apenas.
Algumas pessoas muito simpáticas fazem o favor de me ir lendo…O que me também sem margem para dúvida me dá alento para continuar.
Mas compaixão?
Jamais!
Sei bem quem sou e o que procuro!
E com quem posso contar.
Maria Sá Carneiro

6 comentários:

  1. Maria

    o tempo e muito pouco e perdemo-nos muito na net a querer ouvir, ler e ver ... e, realmente nao chega !
    hoje tive oportunidade de ler atentamente um texto dedicado a uma amiga mutua e.. que bonito!
    li-a novamente agora e gosto muito !
    realmente a escrita e o "exorcisar" dos nossos sentimentos, das nossas preocupações , dos nossos conflitos, enfim do nosso intimo.
    não pode ser confundido com outra coisa.
    Não tenho a sorte de ter o dom da palavra.
    Faço-o , por vezes, cantando ...

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  2. Minha Cara,

    Compaixão foi, é e será uma palavra sempre ambígua no seu entendimento e compreensão.

    Significa, resumidamente (porque teríamos pano para mangas caso a quisessemos discutir no seu significado etimofilosófico) amor altruísta, isto é, amor incondicional pelo próximo sempre o direccionando para o seu bem estar. É dar de alma e coração sem credos nem preconceitos! Dar pelo prazer celestial do que significa dar.
    Por outro lado, só dão as almas que se sabem dar a si mesmas em paz consigo e que se devotam esse mesmo amor... para o poder DAR INCONDICIONALMENTE, sem esperar nada em troca!
    Compaixão por si disse-se no sentido mais amplo da palavra, no sentido metafórico da mesma: para dar aos outros amor, temos primeiro que nos amar, SEM CONDIÇÕES! E isso implica tolerância para connosco!
    Penso, sem querer julgá-la e sem pretender ofendê-la, como afirmou que julgo conhecê-la para proferir tais afirmações, que quem escreve, como o faz, expõe-se no seu mais íntimo reduto, como tal sujeita-se a comentários "conselheiros". Nada disso deveria ser entendido como acintoso nem provocatório... são apenas interpretações de quem passa e deixa o seu rasto, nada mais!
    São por outro lado depositados, também por pessoas que, identificando-se com o que escreve por já por lá terem passado, conseguiram almejar a cura, mesmo depois de terem contestado a mesma leitura elaborada por outros a si.
    Este seu texto é a prova disso, por muito que lhe custe aceitá-lo: sentiu-se "tocada" pelo meu comentário e sabe, isso É MUITO BOM! Eu reagi do mesmo modo! Depois, veio a cura!
    Espero que encontre o que procura, uma vez que uma parte já resolveu (?!): saber quem é!
    Porque, e perdão mais uma vez pela ousadia da discordância, quando se procura, não está ainda realizado o que somos!

    Deixo-lhe os meus cumprimentos pela coragem com que se expõe, se assume e o meu desejo sincero de que encontre o que procura.

    Respeitosamente, boa noite!

    ANÓNIMO (sem o ser)

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  3. Olá Isabel

    Obrigado pelo teu comentário! Gostei:))
    Vocês, (Tu e a Luísa, não cantam, encantam) A Luísa é uma pessoa especial:))
    Beijos

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  4. Caro Anónimo ou Anónima, "Sem o ser", ou "Sem a ser":

    Silêncio:
    "O programa segue dentro de momentos":
    Com pessoas que se conhecem e se identifiquem.

    Felicidades para que ganhe a coragem de um lugar ao sol, com nome!

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  5. Joana Beaumont Sanois Leal8 de junho de 2010 às 20:49

    Boa Maria!!!!
    Irrita-me os anónimos, os que não dão a cara.....
    por isso tudo o que possam dizer vale o.
    São ridículos!
    Beijos Prima

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  6. Olá Prima

    Pois também acho!
    Enfim!
    Beijo grande

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