quarta-feira, 14 de abril de 2010

Piquenique!

Sonhei de nós! Assim como só nós sabemos! O projecto combinado e muitas vezes adiado finalmente alcançado. A coragem de dispor de tempo um para o outro. A força de deixar o amor fluir e espalhar-se em nosso redor.

Eu e tu nesse rio que tantas vezes me descreveste! Não posso deixar de te contar, que não encontrei novidade no que vi. Bem sabes que já tinha vislumbrado essas enseadas, recantos e reflexos pelos teus olhos. Senti sim, a força do silêncio dos teus sítios, o brilho dessa água verde embebida pela tarde solarenga. O brilho dos teus olhos, o teu contentamento, o teu chamamento para o nosso amor. Como parecias criança com o brinquedo desejado desde sempre, dado pelo abraço caloroso daquele pilar da tua infância toda, nesse momento entendi o que era o amor sereno.

Cansada de amores urgentes, desesperados pela saudade, pelo ciúme, pelas comparações eternas do incomparável! Suspirei nesse abraço fechado, nesse encontro construído pela paciência, pela esperança de uma vida melhor, sem pressas nem atropelos!

O barco subia lentamente em nós rio acima, embrulhados no nosso silêncio cúmplice, fomos assim nos entregando, ao nosso espaço dentro do nosso tempo. Tempo sem exigências, contrapartidas ou frases inacabadas. Tudo parecia claro e transparente, bem alicerçado. Paz finalmente encontrada após anos fustigados pela tempestade da correria para um abismo afectivo.

Mão entrelaçada uma na outra, assim fomos conversando sem gastar palavras já tão banalizadas, em despedidas apressadas. Finalmente ficava no lixo, as medidas qualitativas ou quantitativas, apenas nós no sítio certo, na hora desejada. O teu sorriso embrulhado no meu.

Embarcamos?
M

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